Ciência e Saúde

Para AIEA, energia no mundo é tão suja agora quanto há 20 anos

O índice para a energia mundial ficou em 2,39 toneladas de dióxido de carbono por tonelada de petróleo equivalente em 1990 e mal se moveu em 2010

Agência France-Presse
postado em 17/04/2013 16:43
Nova Delhi - Os avanços para o uso de tecnologias mais limpas para geração de energia estão paralisados, com uma produção hoje tão "suja" quanto era duas décadas atrás, alertou nesta quarta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

Dois terços das emissões de gases estufa advindos do setor energético e a falta de mudanças deveriam "servir como um sinal de alerta", afirmou Maria van der Hoeven, diretora-executiva da AIE, durante encontro ministerial sobre Energia Limpa em Nova Délhi. Ela alertou que com o aumento da energia dos ventos e solar sendo contrabalançado por um uso maior de carvão em países como China e Índia, o mundo precisa agir rápido "para evitar um aquecimento potencialmente catastrófico do planeta".

"Apesar do falatório dos líderes mundiais e do crescimento das energias renováveis no curso da última década, a unidade média de energia produzida hoje é basicamente tão suja quanto era 20 anos atrás", afirmou Van der Hoeven. "A orientação para limpar o sistema energético do mundo emperrou", acrescentou. Sediada em Paris, a AIE desenvolveu um Índice de Intensidade de Energia do Setor do Carbono, que indica quanto dióxido de carbono é emitido, em média, para fornecer uma unidade dada de energia, emendou.

O índice para a energia mundial ficou em 2,39 toneladas de dióxido de carbono por tonelada de petróleo equivalente em 1990 e mal se moveu em 2010, permanecendo em 2,37 por tonelada de petróleo equivalente. Enquanto tem havido investimentos em novas formas de energia limpa, como a solar e a eólica, estes benefícios têm sido contrabalançados pelo uso crescente do carvão por parte das economias emergentes, como China e Índia.

"Nossa análise é um duro lembrete de que o mundo não está no caminho para compreender a vantagem de um sistema energético de baixo carbono - para limitar as elevações a longo prazo da temperatura a dois graus centígrados", disse a diretora da AIE. "Nós não podemos arcar com outros 20 anos de indiferença", acrescentou, pedindo uma expansão rápida para as tecnologias de energia de baixo carbono.

Os investimentos em energia limpa caíram ao nível mais baixo em quatro anos em 2012, afirmou Der Hoeven no encontro ministerial, que reuniu 22 países e a União Europeia responsáveis por 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.

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