Ciência e Saúde

Vencedor do Nobel propõe que professores ajudem mais na formação de alunos

O físico estadunidense dizque professores universitários não valorizem apenas a pesquisa. Para especialistas brasileiros, falta de interesse pelo ensino também é um problema no país

Marcela Ulhoa
postado em 19/04/2013 08:16
Aula na Universidade de Brasília: especialistas apontam necessidade de maior contato entre mestres e alunos nas instituições brasileiras
Apesar de a educação ser reconhecida há um bom tempo como direito fundamental e essencial ao ser humano, ainda hoje existem vários desafios a serem superados. Os problemas não se limitam aos países mais pobres. As grandes potências econômicas também são confrontadas com a árdua tarefa de identificar e reverter os principais obstáculos ao progresso do ensino básico e superior. A renomada revista científica Science traz na edição desta semana um especial que discute vários aspectos envolvidos na aprendizagem e no processo de construção do conhecimento. Em artigos independentes, pesquisadores abordam as barreiras encontrados nas salas de aula, na estrutura do sistema de ensino, ou mesmo na sociedade envolvente.

Um dos grandes destaques da publicação é o trabalho do físico estadunidense Carl Wieman, que recebeu o Nobel de Física em 2001 pela criação experimental do condensado de Bose-Einstein. Reconhecido por desenvolver pesquisas de ponta, o físico também é engrandecido por seu empenho nas salas de aula. Segundo ele, a forma como a maioria dos centros de pesquisa na América do Norte ensina ciência aos alunos de graduação é pior do que ineficaz, ;é anticientífico;. Desde que tomou para si a missão de educador, Wieman diz não entender por que as instituições de ensino superior ainda hoje desconsideram décadas de pesquisas que mostram a superioridade da aprendizagem ativa em relação aos tradicionais 50 minutos de palestra em que o professor fala, e os alunos somente escutam.


O físico estadunidense dizque professores universitários não valorizem apenas a pesquisa. Para especialistas brasileiros, falta de interesse pelo ensino também é um problema no país

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