Ciência e Saúde

Cientistas modificam geneticamente ratos e eles exibem sinais de autismo

Definir que um paciente tem autismo e em qual categoria se enquadra o distúrbio é um dos longos desafios enfrentados pelos especialistas. O tempo gasto na análise poderia ser usado em uma intervenção precoce contra o problema

Bruna Sensêve
postado em 21/04/2013 08:05
Miguel, filho de  Raquel Cavendish, foi diagnosticado com o problema aos 2 anos: sintomas do transtorno também em parentes

Henry Cavendish foi um físico e químico britânico, conhecido por ter descoberto o hidrogênio, nomeado por ele de ;ar inflamável;, e também por ter medido a densidade da Terra. Suas aptidões científicas são memoráveis, assim como a dificuldade de interagir com os outros. O cientista viveu entre 1731 e 1810 em situações de isolamento social extremo. Ficava meses sem se comunicar. Nem mesmo com os seus empregados, que recebiam mensagens por escrito. A indiferença emocional, a incomunicabilidade verbal, o perfeccionismo patológico e o foco extremado em um determinado assunto também eram características notórias do comportamento de Cavendish. A história é contada com curiosidade pela arquiteta Raquel Cavendish, 47 anos, quando o tema da conversa é o possível fator genético do autismo.

Definir que um paciente tem autismo e em qual categoria se enquadra o distúrbio é um dos longos desafios enfrentados pelos especialistas. O tempo gasto na análise poderia ser usado em uma intervenção precoce contra o problema

Seu filho, Miguel Cavendish, 12 anos, foi diagnosticado com o espectro do autismo aos 2 anos e 8 meses. Desde então, recebe o acompanhamento de especialistas. Ela conta que não pensa muito sobre a hereditariedade genética da disfunção, mas, além do parentesco distante com o cientista inglês, hoje sabe que um irmão do pai de Miguel, mesmo não diagnosticado na infância, apresenta os sintomas do transtorno. A questão, no entanto, é sensível para a pesquisa na área. Pela primeira vez, os investigadores modificaram geneticamente ratos para que exibissem comportamentos equivalentes ao de autismo e foram capazes de identificar anormalidades na atividade e no desenvolvimento do cérebro com regiões específicas dos cromossomos das cobaias.

Definir que um paciente tem autismo e em qual categoria se enquadra o distúrbio é um dos longos desafios enfrentados pelos especialistas. O tempo gasto na análise poderia ser usado em uma intervenção precoce contra o problema

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