Marcela Ulhoa
postado em 28/04/2013 08:05

É logo no início da manhã, nas primeiras horas do dia, que os pesquisadores da Embrapa iniciam o trabalho de campo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Na longa caminhada por trilhas inexploradas pelo turismo, os olhos atentos são treinados para buscar plantas que possam exalar um agradável perfume. Quando identificam uma folha com mais pelugem, característica que indica um potencial aromático, os cientistas logo colam o nariz na planta e dão uma profunda cafungada. Se existir um cheiro bem pronunciado e uma quantidade razoável da espécie no mesmo local, uma amostra é retirada e guardada em uma sacola plástica para análise.
O protocolo é parte de uma pesquisa de três anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com plantas aromáticas do cerrado. A ideia é explorar a biodiversidade do bioma e identificar espécies com potencial de uso em larga escala pela indústria de cosméticos, perfumaria, alimentos, higiene e limpeza. Na primeira expedição fora do Distrito Federal, os pesquisadores montaram um minilaboratório no parque de proteção da Chapada dos Veadeiros.
A estrutura, que conta com equipamentos sofisticados dispostos em uma pequena sala logo na entrada da reserva, além de despertar a curiosidade dos turistas que passam pelo local, permite a rápida análise do material coletado. A agilidade, no entanto, não é uma questão de luxo. Ela é necessária para a viabilidade da pesquisa, já que várias substâncias que conferem o odor das plantas e flores são muito voláteis e se perdem em poucas horas.
Conheça o trabalho dos especialistas da Embrapa sobre as flores aromáticas do Cerrado.
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