A elegante estrutura em forma de dupla hélice da molécula de DNA, sigla em inglês para ácido desoxirribonucleico, é uma das imagens mais fortes já produzidas pela ciência. A aparência do código que contém o manual de instruções completo de todos os seres vivos apareceu pela primeira vez em 1953, em artigo de apenas uma página na revista científica Nature, assinado por Francis Crick e James Watson. Na época, eles tinham 36 e 25 anos, respectivamente, e propuseram um modelo tridimensional para a molécula, que já era conhecida, mas ninguém sabia como se comportava.
Além de ter valido aos cientistas um Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina na década seguinte, a descoberta ofereceu a leigos e profissionais a promessa de um mundo de descobertas que pareciam saídas de contos de ficção científica. Uma primeira leva de possibilidades se concretizou, como a habilidade de desvendar crimes no laboratório e testes de paternidade. Outras conquistas ; como a previsão ou mesmo a cura antecipada de doenças e o desenvolvimento de tratamentos médicos altamente personalizados ;, contudo, ainda esbarram nos altos custos das pesquisas e nos próprios limites da ciência. Ninguém duvida, porém, que os próximos 60 anos de estudos do DNA têm tudo para apresentar resultados ainda mais brilhantes do que o que conhecidos até agora.
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Mapeamento
As perguntas que os cientistas se fazem hoje mudaram, segundo Rob Bennet, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Life Technologies, empresa especializada em biotecnologia sediada na Califórnia e com escritório em diversos países, como o Brasil. ;Não é mais sobre a estrutura do DNA (que falamos). Ela é compartilhada entre todos nós. Agora, queremos saber o que nos torna um diferente do outro;, explica. Ele destaca que a tecnologia tem avançado rápido. ;O primeiro genoma humano sequenciado custou US$ 3 milhões e levou anos para ser feito. Atualmente, é possível sequenciar por pouco mais de US$ 1 mil e em poucos dias;, ressalta.