Celina Aquino
postado em 04/05/2013 06:09
Belo Horizonte ; A cada dia, são registradas no Brasil 30 mortes por acidentes com motocicletas. Entre os sobreviventes, não é raro constatar trauma de plexo braquial (conjunto de estruturas nervosas que fica entre o ombro e o pescoço), uma lesão que compromete o movimento do braço e provoca dor constante. A ponta de esperança para casos antigos que não apresentam melhora com outros tipos de tratamento, ou nem foram avaliados por um médico, chega com uma nova técnica, altamente complexa, chamada transferência microcirúrgica muscular. A primeira operação em Belo Horizonte foi realizada na última terça, no Hospital Felício Rocho, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Depois de longa espera, o paciente, vítima de um grave acidente há quatro anos, já pensa na possibilidade de voltar a trabalhar (veja Personagem da notícia).Quando há lesão de plexo braquial, o ideal é encaminhar o paciente para tratamento o mais rápido possível, segundo o neurocirurgião José Augusto Malheiros, um dos três médicos que participaram da cirurgia. ;Quanto mais precocemente refizermos o estímulo, maior a chance de o músculo recuperar a sua função. Depois de um ano, mesmo se receber o estímulo, ele não vai conseguir se contrair;, explica. Entre três e seis meses, existem três opções de cirurgias que dão chance para o músculo se recuperar: sutura direta, que consiste em costurar o nervo rompido; enxerto, indicado quando o nervo se contrai com o trauma e não permite uni-lo ponta a ponta; e neurotização, que liga um nervo local sadio ao que está sem função. Em mais de 80% dos casos, principalmente de lesão parcial, os procedimentos conseguem devolver a movimentação normal desde que sejam feitos em um prazo adequado.