Marcela Ulhoa, Isabela de Oliveira
postado em 07/05/2013 08:45
O ambiente de socialização e de aprendizagem da sala de aula pode virar verdadeira tortura para algumas crianças e adolescentes. Independentemente da classe social, estima-se que até 20% dos jovens em idade escolar de todo o mundo necessitam de algum auxílio na área de saúde mental. O vasto universo dos distúrbios de aprendizagem revela sintomas como dificuldade de fazer e manter amizades, extrema timidez, agressividade e impossibilidade de se concentrar ou de assimilar conteúdos. A experiência traumática durante os primeiros anos de contato da criança com o mundo das letras, os números e os sons pode deixar sequelas profundas que se arrastam durante toda a vida.Os sinais dos transtornos escolares aparecem nos primeiros anos da infância e, muitas vezes, são mal interpretados pela família e pela escola. Os especialistas ressaltam, no entanto, que a simples dificuldade de aprendizado no período de alfabetização pode ser um aviso de que o problema exige olhar especial. "A criança sofre quando as suas deficiências não são identificadas ou mal diagnosticadas. Pais, professores e os outros colegas podem classificá-la como estúpida, lerda e assim por diante", alerta Brian Butterworth, neurologista da University College London.
Há três anos, a professora Roselaine Glória Costa, de 43 anos, percebeu que o ritmo do filho caçula, Gabriel Gonçalves da Conceição Costa, de 9 anos, não acompanhava o dos demais alunos. ;Fisicamente, crianças com transtornos não têm nada distinto das outras. Então, ninguém pode ver claramente o motivo do problema;, destaca a mãe. Roselaine buscou com neurologistas, psicólogos e psicopedagogos respostas para entender o que se passava com Gabriel. ;Eles revelaram transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Eu já tinha visto o transtorno na minha rotina como professora, mas fui surpreendida quando o descobri em minha casa;, relembra.