Enquanto o derretimento das geleiras permanece um fenômeno intrigante, estudiosos se esforçam para desenvolver teorias que antecipem os efeitos do superaquecimento global nelas e no resto do planeta. As teorias são distintas. Parte da comunidade científica aposta na tendência de que o aumento do nível do mar resultará em um cenário apocalíptico daqui a um século. Outro grupo não acredita em mudanças tão catastróficas. O levantamento mais recente sobre o comportamento de quatro geleiras na Groenlândia revela uma tendência preocupante, ainda que mais otimista do que anteriores. Em 100 anos, esse complexo de massa gelada que corresponde a 22% do Ártico poderá perder até 18cm de sua superfície.
De acordo com a pesquisa publicada hoje na revista Nature, na melhor projeção, o cálculo do avanço de 2,8;C na temperatura global até 2100 resultaria em um aumento de 19mm a 30mm no nível do mar em 2200. ;Sob um prisma pessimista, o aumento de 4,5; C em 2100 poderia aumentar o nível do oceano de 29mm a 49mm;, pontuou Faezeh Nick, glaciologista que chefiou a pesquisa. Esses dados, se comparados a dois estudos publicados em 2008 e 2012 na revista Science, sinalizam uma trégua na velocidade do degelo.
A análise mais antiga, produzida por pesquisadores da Universidade de Montana e da Universidade da Califórnia, indicava um aumento entre 80cm e 2m no nível do mar no mesmo período. A do ano passado, produzida por pesquisadores da Universidade de Washington, prevê um aumento de 20cm a 50cm até 2100. ;O estudo mais recente simula como o maior complexo de geleiras da Groenlândia vai responder ao aquecimento global daqui a dois séculos. Agora, temos certeza de que essas geleiras estão, sim, sendo afetadas pelas mudanças climáticas. Podemos assegurar que esse fenômeno terá impacto no nível do mar;, garantiu Faezeh.