Agência France-Presse
postado em 10/05/2013 16:33
WASHINGTON - Os níveis de dióxido de carbono na atmosfera superaram as 400 partes por milhão (ppm) pela primeira vez na história da Humanidade, anunciaram nesta sexta-feira (10/5) especialistas em monitoramento climático, indicando uma concentração recorde de gases de efeito estufa.
Segundo climatologistas americanos, este limite simbólico deveria servir como um alerta por uma ação que comece a reverter os danos causados ao meio ambiente pelas atividades humanas e o forte uso de combustíveis fósseis.
A Terra nunca viu estes níveis de CO2 em milhões de anos, muito antes do aparecimento do homem, afirmou Bob Ward, diretor de política e comunicações no Instituto de Pesquisas Grantham sobre Mudanças Climáticas e Meio Ambiente na Escola de Economia e Ciência Política de Londres.
"Estamos criando um clima pré-histórico no qual as sociedades humanas enfrentarão riscos enormes e potencialmente catastróficos", disse Ward.
"Somente reduzindo urgentemente as emissões globais será possível reduzir os níveis de dióxido de carbono e evitar as consequências de retroceder o relógio climático", acrescentou.
Dados demonstrando que a média diária de CO2 sobre o Oceano Pacífico foi de 400,03 ppm em 9 de maio foram postados na internet pelo centro de monitoramento da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) em Mauna Loa, Havaí.
Um outro monitoramento no Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, na Califórnia, inicialmente registrou seus dados de 9 de maio mostrando que o dióxido de carbono atmosférico tinha alcançado 399,73 ppm, mas depois revisou este dado para 400,08 ppm.
A diferença resumiu-se às áreas com mesmo fuso horário: a NOAA se baseou no relógio de horário universal (UTC) e o Scripps, no horário local do Havaí. Quando o Scripps ajustou suas medições com o UTC, ele concordou com a NOAA em que a barreira de 400 ppm tinha sido rompida.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciências do Sistema Terrestre, da Universidade Penn State, disse que a principal preocupação é a velocidade com que as concentrações de CO2 estão aumentando.
"Não há precedentes na História da Terra para uma elevação tão abrupta das concentrações de gases de efeito estufa", afirmou à AFP Mann, autor de dois livros sobre mudanças climáticas.
"Embora as coisas vivas possam se adaptar às lentas mudanças que ocorrem ao longo de dezenas de milhões de anos, não há razões para acreditar que elas - e nós - poderemos nos adaptar a mudanças que ocorrem um milhão de anos mais rápido do que as taxas naturais de mudanças", emendou.
Mann disse que os cientistas acreditam que o CO2 chegou aos níveis atuais pela última vez há mais de 10 milhões de anos, na metade do Período Mioceno.
Na época, as temperaturas globais eram mais elevadas, o gelo era esparso e o nível do mar era dezenas de metros mais alto do que hoje.
"A natureza levou centenas de milhões de anos para mudar as concentrações de CO2 através de processos naturais tais como o sepultamento natural de carbono ou as erupções vulcânicas", disse Mann.
"O que estamos fazendo é desenterrando isso. Mas não ao longo de 100 milhões de anos. Nós desenterramos e queimamos numa escala de tempo de cem anos, um milhão de vezes mais rápido", concluiu.
Segundo climatologistas americanos, este limite simbólico deveria servir como um alerta por uma ação que comece a reverter os danos causados ao meio ambiente pelas atividades humanas e o forte uso de combustíveis fósseis.
A Terra nunca viu estes níveis de CO2 em milhões de anos, muito antes do aparecimento do homem, afirmou Bob Ward, diretor de política e comunicações no Instituto de Pesquisas Grantham sobre Mudanças Climáticas e Meio Ambiente na Escola de Economia e Ciência Política de Londres.
"Estamos criando um clima pré-histórico no qual as sociedades humanas enfrentarão riscos enormes e potencialmente catastróficos", disse Ward.
"Somente reduzindo urgentemente as emissões globais será possível reduzir os níveis de dióxido de carbono e evitar as consequências de retroceder o relógio climático", acrescentou.
Dados demonstrando que a média diária de CO2 sobre o Oceano Pacífico foi de 400,03 ppm em 9 de maio foram postados na internet pelo centro de monitoramento da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) em Mauna Loa, Havaí.
Um outro monitoramento no Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, na Califórnia, inicialmente registrou seus dados de 9 de maio mostrando que o dióxido de carbono atmosférico tinha alcançado 399,73 ppm, mas depois revisou este dado para 400,08 ppm.
A diferença resumiu-se às áreas com mesmo fuso horário: a NOAA se baseou no relógio de horário universal (UTC) e o Scripps, no horário local do Havaí. Quando o Scripps ajustou suas medições com o UTC, ele concordou com a NOAA em que a barreira de 400 ppm tinha sido rompida.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciências do Sistema Terrestre, da Universidade Penn State, disse que a principal preocupação é a velocidade com que as concentrações de CO2 estão aumentando.
"Não há precedentes na História da Terra para uma elevação tão abrupta das concentrações de gases de efeito estufa", afirmou à AFP Mann, autor de dois livros sobre mudanças climáticas.
"Embora as coisas vivas possam se adaptar às lentas mudanças que ocorrem ao longo de dezenas de milhões de anos, não há razões para acreditar que elas - e nós - poderemos nos adaptar a mudanças que ocorrem um milhão de anos mais rápido do que as taxas naturais de mudanças", emendou.
Mann disse que os cientistas acreditam que o CO2 chegou aos níveis atuais pela última vez há mais de 10 milhões de anos, na metade do Período Mioceno.
Na época, as temperaturas globais eram mais elevadas, o gelo era esparso e o nível do mar era dezenas de metros mais alto do que hoje.
"A natureza levou centenas de milhões de anos para mudar as concentrações de CO2 através de processos naturais tais como o sepultamento natural de carbono ou as erupções vulcânicas", disse Mann.
"O que estamos fazendo é desenterrando isso. Mas não ao longo de 100 milhões de anos. Nós desenterramos e queimamos numa escala de tempo de cem anos, um milhão de vezes mais rápido", concluiu.