Ciência e Saúde

Convivência com pessoas tristes aumenta as chances de depressão

"Estudos anteriores já mostraram que é possível pegar um grupo de indivíduos que nunca ficaram deprimidos e predizer quais deles são mais suscetíveis a desenvolver um primeiro episódio clínico da doença", afirma o psicólogo

Paloma Oliveto
postado em 11/05/2013 07:30

Assim como gripe, depressão pega. Um estudo publicado no jornal da Associação de Ciência Psicológica dos Estados Unidos mostrou que, em momentos de transição, como sair da casa dos pais para ingressar na faculdade, as pessoas ficam mais vulneráveis a se ;contagiar; por comportamentos relacionados à tristeza profunda, à melancolia e à perda de ânimo. De acordo com os autores, da Universidade de Notre Dame, em Indiana, tudo isso é fator de risco para episódios depressivos.

O estudo foi realizado com calouros universitários, mas o psicólogo Gerald Haeffel, principal autor do artigo, afirma que qualquer pessoa que passa por um momento de mudança extrema ou de grande ansiedade está sujeito à ;contaminação;. ;Alguns indivíduos têm o que chamamos de vulnerabilidade cognitiva, uma tendência depressiva maior do que a média da população. Geralmente, na idade adulta, isso se estabiliza, o que não quer dizer que desaparece. Ela pode ou não evoluir para depressão. Embora a forma de lidar com situações difíceis seja algo muito particular, nossa pesquisa constatou que quando alguém já vulnerável enfrenta um período de ruptura e é rodeado por pessoas depressivas, pode acabar sendo influenciado;, conta.

Haeffel afirma que a hipótese da vulnerabilidade cognitiva é uma das mais bem aceitas nos estudos sobre depressão. Aliada a eventos estressantes, essa espécie de predisposição resultaria em respostas negativas, como isolamento social e alterações abruptas no humor. ;Estudos anteriores já mostraram que é possível pegar um grupo de indivíduos que nunca ficaram deprimidos e predizer quais deles são mais suscetíveis a desenvolver um primeiro episódio clínico da doença;, afirma o psicólogo.

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