postado em 15/05/2013 18:50
Em dois anos, o Brasil poderá ter um procedimento único para diagnosticar com mais rapidez e precisão os casos de leishmaniose. As formas de diagnóstico são variadas e desenvolvidas pelas próprias instituições de pesquisa em saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz e outras unidades locais.Com a padronização dos instrumentos e métodos de identificação, especialistas acreditam que será possível aumentar as chances de cura e a possibilidade de estancar a proliferação do parasita leishmânia, transmitido pela picada do mosquito flebótomo.;O Ministério da Saúde tem ações importantes para controlar a leishmaniose no país. Isso tem ajudado a não deixar o número de casos aumentar, mas não tem feito com que os casos diminuam;, avaliou Antonio Gomes Pinto, gerente do Programa de Reativos para Diagnósticos do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos).
A proposta de unificar o procedimento será apresentada amanhã (16), durante o Congresso Mundial de Leishmaniose, que começou hoje (15), em Porto de Galinhas, em Pernambuco. O pesquisador espera que durante o evento que, pela primeira vez, reúne especialistas de várias regiões do país e pesquisadores internacionais no Brasil, seja possível estabelecer a rede de parcerias e experiências.
;Muitos já usam testes moleculares, mas sem capacidade de ampliação. Temos alguns diagnósticos sorológicos tradicionais, testes rápidos, mas essas ferramentas ainda não são suficientes para o enfrentamento da leishmaniose;, disse o pesquisador. ;Ter ferramentas mais precisas e efetivas será uma contribuição significativa para os programas de controle da leishmaniose no Brasil;.
O especialista aposta que, com a adesão desses pesquisadores, em dois anos, será possível ter um teste de diagnóstico molecular mais sensível e específico, para apoiar e aperfeiçoar o diagnóstico da leishmaniose visceral humana.
Gomes Pinto vai participar do Simpósio Satélite Diagnóstico Molecular de Leishmaniose Visceral Humana e Canina, no dia 16, ao lado de outros três especialistas que vão apresentar técnicas já desenvolvidas e debater os possíveis caminhos para integrar esses conhecimentos. ;Hoje, existem diagnósticos clínicos dos sintomas, mas com necessidade de confirmações e testes laboratoriais. Para o caso do reservatório [cachorro contaminado pelo parasita] é preciso identificar quais estão infectados;, explicou.
A Bio-Manguinhos produz um teste rápido da doença em cães, que apresenta resultado em 20 minutos. O produto dispensa estrutura laboratorial e equipamentos, e vem reduzindo em até 70% a quantidade de testes em laboratórios.
De acordo com Gomes, o ideal seria que o resultado do teste rápido fosse confirmado com exame mais moderno. ;Isso evitaria o erro de determinar o sacrifício de um animal sadio. E de deixar, o animal que é de fato positivo [que tem a doença] no campo como potencial transmissor ;, completou.