Ciência e Saúde

Vírus ancestrais podem ajudar no tratamento de doenças, como o câncer

Chamado de retrovírus endógenos (ERV), ele compõem 8% da identidade genética humana e intriga os cientista

Isabela de Oliveira
postado em 26/05/2013 08:16
Em algum momento da evolução, um hóspede emblemático encontrou conforto nas células humanas. Ainda que a suspeita seja de que esse inquilino acompanhou o engatinhar da humanidade, ele só foi descoberto na década de 1960. Chamado de retrovírus endógenos (ERV), ele compõem 8% da identidade genética humana e intriga os cientistas. Um artigo publicado na revista especializada Science lança luz sobre o mistério. Os pesquisadores defendem que os ERVs trazem mais benefícios ao organismo do que prejuízos. Apesar de vinculados a doenças como lúpus e câncer, eles podem ajudar no funcionamento do sistema imunológico, inclusive para o combate ao vírus da Aids.

;Desde que foram descobertos, muita atenção foi atraída para os possíveis efeitos dos ERVs no nosso bem-estar. Mas a extensão completa da presença deles no homem só se tornou aparente com a publicação do rascunho do genoma humano, em 2001. Agora, sabemos que eles estão em todos os vertebrados e isso nos fornece algumas pegadas na história da evolução humana;, diz Jonathan P. Stoye, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Médica, no Reino Unido, e um dos autores do estudo. Segundo Stoye, os ERVs foram descobertos em galinhas por Robin Weiss. Já o primeiro retrovírus endógeno humano foi encontrado 10 anos depois, por Reinhard Kurth.



Enquanto uma linha de cientistas defende que esses micro-organismos podem exercer o papel de vilões, sendo responsáveis por cânceres e doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, Stoye e Robin A. Weiss, da Divisão de Infecção e Imunidade da University College London, também no Reino Unido, apostam em um cenário otimista. ;A formação da placenta como uma das contribuições positivas dos ERVs é um indício de que esses retrovírus podem, sim, ter funções mais relevantes do que as conhecidas até agora;, observa Stoye, que estuda o comportamento dos ERVs há 20 anos.

Chamado de retrovírus endógenos (ERV), ele compõem 8% da identidade genética humana e intriga os cientista

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