postado em 26/05/2013 18:11 / atualizado em 23/10/2020 11:03
A expectativa de vida da população brasileira cresceu nos últimos anos, mas os idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doenças crônicas típicas de sua faixa etária. Isso é o que apontou uma pesquisa conduzida pelo médico geriatra Alessandro Gonçalves Campolina, que faz parte de um estudo, chamado Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), que vem sendo desenvolvido na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP).
Campolina é autor da pesquisa que buscou avaliar a ocorrência de um processo chamado de compressão da morbidade, ou seja, se o intervalo entre o aparecimento da doença e a morte estava diminuindo e se o aparecimento da doença estava sendo postergado para os últimos anos de vida. Para ele, a pesquisa demonstrou que, no caso específico de São Paulo (Campolina acredita que esses números se assemelham aos do restante do país, embora nenhum estudo semelhante tenha ocorrido em outros lugares do Brasil), está ocorrendo um fenômeno oposto: a expansão da morbidade o que, segundo ele, é um aspecto negativo, pois a população passa mais tempo doente.
Em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil era 74 anos e 29 dias, o que representou um incremento de três anos, sete meses e 24 dias sobre o indicador de 2000. Praticamente no mesmo período, entre 2000 e 2010, a pesquisa desenvolvida por Campolina detectou que os idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doenças crônicas típicas de sua faixa etária.
“Esse projeto é parte de um estudo maior, que é o Sabe, que vem acontecendo na faculdade desde 2000. É um estudo populacional que tem uma amostragem das diversas regiões representativas de São Paulo e que vem seguindo essa população de idosos, com mais de 60 anos, desde 2000, fazendo avaliações periódicas e incluindo novas populações de idosos para fazer comparação entre gerações. Em 2000 foram acompanhados 2.143 idosos, que passaram a ser seguidos pelo projeto, em domicílio. Já em 2010 foi feita uma nova comparação”, explicou.
Segundo Campolina, a pesquisa avaliou o impacto das doenças crônicas que acometem a população idosa em termos de expectativa e de qualidade de vida. “Se as pessoas continuassem vivendo no estado em que elas estão agora, com as doenças crônicas, as doenças seriam mais frequentes e haveria mais comprometimento da qualidade de vida”, disse. Quando se fala de doenças crônicas relacionadas à população idosa, explicou Campolina, a pesquisa refere-se principalmente à hipertensão arterial, diabetes, às doenças cardíacas, à doença pulmonar crônica, às doenças mentais, como depressão e demências, às doenças articulares, como artrite e artrose, e às quedas.
Mas a pesquisa, de acordo com Campolina, também demonstrou que, caso fossem desenvolvidas políticas públicas preventivas voltadas para a população idosa, a situação poderia ser alterada. “O estudo fez a análise de outros cenários possíveis, ou seja, se essas doenças fossem prevenidas. Isso mostrou que este processo estaria sendo revertido. Aí a população ganharia mais anos de vida e mais anos de vida saudáveis”, falou em entrevista à Agência Brasil.
“Se houvesse estratégias que evitassem que as pessoas desenvolvessem a doença cardíaca, por exemplo, praticando atividades físicas e tendo uma nutrição adequada, você teria mais anos de expectativa de vida saudável. E se as pessoas já têm a doença instalada e mesmo assim fizessem esforço para tratamento adequado e controle dessa doença, também haveria um impacto positivo na expectativa de vida saudável”.
Para Campolina, as políticas públicas de prevenção voltadas para os idosos ainda “são insuficientes” no país. “A grande questão do estudo são as políticas de prevenção e de controle das doenças crônicas. Uma questão que acho muito importante é que nessa população específica de idosos, muitos acreditam que não vale mais a pena fazer a prevenção. Há o preconceito de que as doenças já estão instaladas, que as pessoas já estão no fim da vida, mas o estudo mostra exatamente o contrário, inclusive nas pessoas de idade mais avançada. Se as doenças fossem prevenidas e houvessem políticas de atividade física, nutrição, combate ao tabagismo e controle dessas doenças com tratamento adequado, provavelmente essa população viveria melhor, mesmo os mais idosos”, disse.
Campolina é autor da pesquisa que buscou avaliar a ocorrência de um processo chamado de compressão da morbidade, ou seja, se o intervalo entre o aparecimento da doença e a morte estava diminuindo e se o aparecimento da doença estava sendo postergado para os últimos anos de vida. Para ele, a pesquisa demonstrou que, no caso específico de São Paulo (Campolina acredita que esses números se assemelham aos do restante do país, embora nenhum estudo semelhante tenha ocorrido em outros lugares do Brasil), está ocorrendo um fenômeno oposto: a expansão da morbidade o que, segundo ele, é um aspecto negativo, pois a população passa mais tempo doente.
Em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil era 74 anos e 29 dias, o que representou um incremento de três anos, sete meses e 24 dias sobre o indicador de 2000. Praticamente no mesmo período, entre 2000 e 2010, a pesquisa desenvolvida por Campolina detectou que os idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doenças crônicas típicas de sua faixa etária.
“Esse projeto é parte de um estudo maior, que é o Sabe, que vem acontecendo na faculdade desde 2000. É um estudo populacional que tem uma amostragem das diversas regiões representativas de São Paulo e que vem seguindo essa população de idosos, com mais de 60 anos, desde 2000, fazendo avaliações periódicas e incluindo novas populações de idosos para fazer comparação entre gerações. Em 2000 foram acompanhados 2.143 idosos, que passaram a ser seguidos pelo projeto, em domicílio. Já em 2010 foi feita uma nova comparação”, explicou.
Segundo Campolina, a pesquisa avaliou o impacto das doenças crônicas que acometem a população idosa em termos de expectativa e de qualidade de vida. “Se as pessoas continuassem vivendo no estado em que elas estão agora, com as doenças crônicas, as doenças seriam mais frequentes e haveria mais comprometimento da qualidade de vida”, disse. Quando se fala de doenças crônicas relacionadas à população idosa, explicou Campolina, a pesquisa refere-se principalmente à hipertensão arterial, diabetes, às doenças cardíacas, à doença pulmonar crônica, às doenças mentais, como depressão e demências, às doenças articulares, como artrite e artrose, e às quedas.
Mas a pesquisa, de acordo com Campolina, também demonstrou que, caso fossem desenvolvidas políticas públicas preventivas voltadas para a população idosa, a situação poderia ser alterada. “O estudo fez a análise de outros cenários possíveis, ou seja, se essas doenças fossem prevenidas. Isso mostrou que este processo estaria sendo revertido. Aí a população ganharia mais anos de vida e mais anos de vida saudáveis”, falou em entrevista à Agência Brasil.
“Se houvesse estratégias que evitassem que as pessoas desenvolvessem a doença cardíaca, por exemplo, praticando atividades físicas e tendo uma nutrição adequada, você teria mais anos de expectativa de vida saudável. E se as pessoas já têm a doença instalada e mesmo assim fizessem esforço para tratamento adequado e controle dessa doença, também haveria um impacto positivo na expectativa de vida saudável”.
Para Campolina, as políticas públicas de prevenção voltadas para os idosos ainda “são insuficientes” no país. “A grande questão do estudo são as políticas de prevenção e de controle das doenças crônicas. Uma questão que acho muito importante é que nessa população específica de idosos, muitos acreditam que não vale mais a pena fazer a prevenção. Há o preconceito de que as doenças já estão instaladas, que as pessoas já estão no fim da vida, mas o estudo mostra exatamente o contrário, inclusive nas pessoas de idade mais avançada. Se as doenças fossem prevenidas e houvessem políticas de atividade física, nutrição, combate ao tabagismo e controle dessas doenças com tratamento adequado, provavelmente essa população viveria melhor, mesmo os mais idosos”, disse.