Ciência e Saúde

Brasil integra grupo que monitora a possibilidade de explosões solares

Dependendo da intensidade, o fenômeno pode afetar o funcionamento de sistemas eletrônicos, meios de comunicação, aeronaves e aparelhos de GPS

Celina Aquino
postado em 10/06/2013 09:48
Dependendo da intensidade, o fenômeno pode afetar o funcionamento de sistemas eletrônicos, meios de comunicação, aeronaves e aparelhos de GPS
Belo Horizonte ; Foi em 1859 que ocorreu a explosão solar considerada a maior da história. O fenômeno, porém, passou desapercebido por grande parte da população mundial, já que, na época, não havia vida tecnológica. Se outra tempestade magnética daquela magnitude viesse novamente em direção à Terra, a realidade poderia ser bem diferente. Estima-se que a radiação afetaria os satélites em órbita e prejudicaria a comunicação, tanto do piloto no comando de uma aeronave quando do cidadão comum na internet. Para que seja possível minimizar os impactos de uma explosão solar, entrou este ano em funcionamento o Centro de Previsão do Clima Espacial (Embrace), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, interior de São Paulo, único da América Latina. ;Daqui a 10 anos, saber se existe uma área ativa no Sol ou uma nuvem magnética a caminho da Terra vai ser tão corriqueiro quanto buscar informação de chuva;, antecipa o cientista do Inpe Clezio Marcos De Nardin.

As explosões solares são fenômenos naturais bastante comuns. Registra-se pelo menos uma, sem maiores consequências, a cada semana. O que a ciência ainda não conseguiu concluir é se há um ciclo de superexplosões, como a ocorrida no século 19. ;Alguns cientistas acreditam que elas podem se repetir, apesar de a história passada não ser garantia de futuro, cientificamente. Mas acho bastante provável que venha a ocorrer de novo, pois as características do Sol realmente se repetem;, pontua De Nardin, que preside a Associação Brasileira de Geofísica Espacial e Aeronomia (estudo da física e da química da alta atmosfera neutra e ionizada). Inglaterra e Estados Unidos desenvolvem estudos para avaliar os impactos de uma possível explosão como a de 1859 e criar um plano de ação. A preocupação é com o efeito das partículas arremessadas pelo Sol nas linhas de transmissão, o que pode provocar um apagão, como ocorreu no Canadá, em 1989. Naquele ano, uma tempestade magnética queimou transformadores e deixou Montreal sem energia elétrica por quase um dia inteiro, causando grande prejuízo econômico.

Dependendo da intensidade, o fenômeno pode afetar o funcionamento de sistemas eletrônicos, meios de comunicação, aeronaves e aparelhos de GPS

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