Ciência e Saúde

Consumo exagerado de açúcar e carboidrato da mãe pode afetar o bebê

Segundo estudo argentino, o consumo em excesso desses componentes durante a gravidez compromete a formação do sistema respiratório do feto, fazendo com que a criança tenha mais problemas respiratórios nos primeiros anos de vida

Isabela de Oliveira
postado em 11/06/2013 07:00

Na engenharia do organismo humano, a combinação errada de nutrientes deixa marcas mais profundas do que as medidas nos contornos da silhueta. Muito além do que se vê, no interior do corpo, o cálculo exato de nutrientes é responsável pelo funcionamento saudável de nossa máquina biológica, com efeitos, inclusive, sobre as gerações futuras. Uma pesquisa da Fundación Infant, na Argentina, em parceria com a Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, sugere que crianças que receberam mais açúcares e carboidratos ainda no útero da mãe ficam mais sensíveis a infecções no aparelho respiratório. Entre elas as causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), o vilão da bronquiolite (veja infográfico).



Um dos autores da pesquisa, o pediatra Fernando Polack, médico da Fundación Infant e professor na Universidade de Vanderbilt, defende que, embora o estudo não seja conclusivo, é possível que o organismo materno ainda não esteja adaptado para retirar nutrientes de alimentos pobres. ;O ser humano está na Terra há 6 milhões de anos e, até dois séculos atrás, comia mais proteínas, como carne vermelha, frango, peixe e muitos vegetais. Os bebês cresciam dentro da mãe usando esses nutrientes. Mas o que a gente come hoje ainda não é visto pela nossa genética como elementos que ajudem a desenvolver o trato respiratório. O feto não está preparado geneticamente para utilizar o tanto de açúcar que entra no corpo da mãe;, explica Polack.

Segundo estudo argentino, o consumo em excesso desses componentes durante a gravidez compromete a formação do sistema respiratório do feto, fazendo com que a criança tenha mais problemas respiratórios nos primeiros anos de vida

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