Ciência e Saúde

Instalação de pequenas centrais hidrelétricas no Pantanal recebe críticas

Segundo pesquisadores, a alteração no fluxo dos rios põe em risco a vida de várias espécies da fauna e da flora

Clarisse Souza/Estado de Minas
postado em 18/06/2013 09:11
O potencial hídrico do Pantanal, maior planície úmida do mundo, atrai cada vez mais usinas de pequeno porte
Belo Horizonte ; Poucos lugares no mundo abrigam uma variedade de espécies tão grande e mesclam características de tantos biomas, como o Pantanal. A exuberância da reserva de mais de 140 mil quilômetros quadrados, distribuídos entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, é marcada principalmente pelo fato de ela guardar milhares de espécies, muitas delas raras e em extinção. Mas a grande planície alagada, que sobrevive graças aos ciclos de cheia e seca dos rios, atrai também empresários do setor energético. Nos últimos anos, a região pantaneira tem sido ocupada por dezenas de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Especialistas acreditam que as intervenções estejam alterando o fluxo migratório de espécies aquáticas. Assim como eles, a comunidade ribeirinha cobra uma avaliação ambiental estratégica do conjunto de equipamentos instalados ao longo do Pantanal para medir o real impacto das PCHs no funcionamento do ecossistema.

Detentor do título de Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Pantanal é uma das maiores planícies úmidas do mundo, que, graças aos grandes rios que cortam a região, tem a formação de grandes inundações de água doce ou salobra em toda a extensão. Companhias de energia viram no grande volume de água uma oportunidade de negócio. O interesse é tão grande que, além das dezenas de PCHs já em funcionamento nos dois estados, outros 87 projetos estão em andamento. Eles haviam sido suspensos por uma liminar na Justiça em dezembro, que proibia a expedição de licenças ambientais para a construção de hidrelétricas até que os órgãos responsáveis apresentassem estudo de impacto do conjunto de PCHs. Mas a liminar foi derrubada em 3 de maio pela desembargadora Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Cuiabá, depois de um recurso da Associação Brasileira dos Geradores de Energia Limpa (Abragel).

Segundo pesquisadores, a alteração no fluxo dos rios põe em risco a vida de várias espécies da fauna e da flora

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação