Bruna Sensêve
postado em 19/06/2013 09:01
De um grupo de paulistanos indignados com o preço das passagens para 250 mil brasileiros nas ruas do país. Das primeiras vaias ouvidas na arquibancada a um estádio inteiro gritando em direção à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa das Confederações, em Brasília. Há algum tempo, cientistas tentam elaborar modelos matemáticos capazes de descrever como ações iniciadas por algumas pessoas se disseminam e acabam sendo observadas em um número maior de pessoas. Agora, pela primeira vez, pesquisadores suecos conseguem elaborar um modelo matemático para fenômenos sociais desse tipo que pôde ser testado experimentalmente. E concluem que essas manifestações se alastram de forma parecida à de epidemias, numa sequência de contágio.
De acordo com o estudo, publicado no Jornal da Royal Society de Londres, uma das sociedades científicas mais antigas do mundo, a probabilidade de as pessoas começarem uma ação coletiva, como bater palmas após uma apresentação, aumenta proporcionalmente ao número de indivíduos na plateia já ;infectados; pelo comportamento. A diferença principal com relação ao que ocorre com as doenças é que as pessoas influenciadas não são necessariamente aquelas que estão do lado que está aplaudindo ; ou vaiando. Alguém do outro lado do auditório (ou do estádio de futebol) pode muito bem ser o segundo a se manifestar. O fim do comportamento seria motivado por uma intervenção social parecida, também controlado pela relutância de alguns em continuar aplaudindo.