Vilhena Soares
postado em 27/06/2013 08:53
Em abril de 2011, o lançador do time de beisebol americano Cincinnati Reds, Aroldis Chapman, arremessou a bola em direção a Andrew McCutchen, do Pirates. O rebatedor não teve escolha a não ser ver (ou tentar ver) a esfera passar zunindo por ele. Pouco depois, o placar do estádio anunciou a velocidade que o objeto atingiu: 106 milhas por hora (170,6km/h), uma marca só alcançada outras duas vezes na história do esporte. Ao tomar conhecimento do feito, o público ficou de pé e ovacionou Chapman. A plateia não sabia, mas, ao aplaudir a habilidade do atleta, estava homenageando também o processo de evolução humana.[SAIBAMAIS]Pesquisadores americanos defendem, em estudo divulgado na revista Nature, que, ao lançar bolas, os atletas demonstram características relacionadas à caça surgidas há cerca de 2 milhões de anos. O trabalho mostra que o esforço feito pelo corpo para fazer movimentos como os de Aroldis Chapman é igual ao dos ancestrais humanos para arremessar pedras durante a busca por alimentos.
O artigo, assinado por cientistas da Universidade George Washington e liderado pelo antropólogo Neil Roach, analisou vídeos e imagens em três dimensões para decifrar os movimentos realizados durante os lançamentos. Os pesquisadores descobriram que a jogada se assemelha a um estilingue. "Quando os seres humanos lançam, primeiro giram os braços para trás, longe do alvo. É durante essa fase de armar o braço que o jogador alonga os tendões e ligamentos que cruzam seu ombro e armazenam energia elástica. Quando essa energia é libertada, o braço é acelerado para a frente, gerando o movimento mais rápido que o corpo humano produz", explica Roach em um comunicado à imprensa.