Paloma Oliveto
postado em 27/06/2013 08:47
Quando as teorias evolucionistas começaram a se popularizar, o martelo e o cinzel eram as únicas ferramentas à disposição dos caçadores de fósseis. Cento e cinquenta anos depois da primeira edição do livro A origem das espécies, de Charles Darwin, os tesouros não estão saindo apenas do interior das rochas. Agora, eles são extraídos de máquinas poderosas, parecidas com uma impressora. Foi com uma dessas que cientistas dinamarqueses conseguiram obter o mais antigo sequenciamento genético já realizado até hoje: ele pertence a um cavalo selvagem que viveu há 700 mil anos na região onde hoje fica o Arquipélago Ártico Canadense.
Em uma entrevista coletiva organizada pelo grupo Nature, que publicou o resultado do estudo, os pesquisadores do Museu de História Natural da Dinamarca anunciaram que dois pedaços de osso do animal do Período Pleistoceno forneceram informações detalhadas sobre o cavalo, um ancestral tanto das espécies selvagens quando das domesticadas. Para a ciência, contudo, a informação mais relevante não é tanto a história evolutiva dos equinos: ;O que realmente nos impressionou e nos deixa bastante empolgados é ter conseguido sequenciar o DNA de uma criatura tão antiga. Isso abre possibilidades para o estudo de fósseis dos ancestrais humanos;, disse Eske Willerslev, um dos autores do artigo.