A falta de vitamina D no organismo é um fator que aumenta exponencialmente o risco de fraturas ósseas. A explicação mais conhecida para esse problema envolve o agravamento da porosidade dos ossos e a consequente diminuição da densidade deles, uma vez que, sem o composto, não há uma absorção correta do cálcio. Mas não é só isso. Essa camada de tecido ósseo não mineralizado leva a uma segunda condição de risco: a formação de ;ilhas; de tecido altamente mineralizado e envelhecido. A descoberta feita por pesquisadores da Alemanha surpreende os cientistas por mostrar que um processo exatamente oposto ao até então conhecido também coloca em risco a saúde de quem tem deficiência da chamada vitamina do sol.
A explicação para esse efeito está exatamente na densa superfície óssea não mineralizada formada a partir da deficiência. Segundo Michael Amling, um dos autores da pesquisa e professor do Departamento de Osteologia e Biomecânica do Centro Médico Universitário de Hamburg-Eppendorf, na Alemanha, os ossos são continuamente remodelados pela ação orquestrada do tecido ósseo. A remodelação funciona como a reforma das paredes envelhecidas de uma casa. Pedreiros especializados, no caso as células chamadas osteoclastos, utilizam enzimas e ácido clorídrico para remover a área desgastada. Outra equipe, os osteoblastos, deposita o material novo, recuperando a ;parede;. A remodelação dura de cinco a 10 dias e deixa o ambiente pronto para a mineralização óssea.