Paloma Oliveto
postado em 19/07/2013 06:01
Respirar, comer e guerrear. Para alguns pesquisadores, enfrentar outros povos em batalhas sangrentas é algo inerente ao ser humano, tanto quanto inalar ar puro e se alimentar. A questão, contudo, é polêmica. A maioria dos antropólogos defende que brigas entre grupos diferentes são mesmo tão antigas quanto o homem, mas não fazem parte da natureza da espécie. Na realidade, teriam relação com política, cultura e sociedade. Um estudo publicado na edição desta semana da revista Science, apoiado em registros de diversos povos, reforça a segunda ideia. Como definiu o filósofo José Ortega Y Gasset, o resultado sugere que ;a guerra não é um instinto, mas uma invenção;.
Douglas Fry e Patrik S;derberg, pesquisadores da Universidade de ;bo, em Vasa, na Finlândia, basearam-se em um banco de dados construído na década de 1980, o standard cross-cultural sample (amostra transcultural padrão, em tradução livre), organizado por George P. Murdock e Douglas R. White, célebres antropólogos americanos. Trata-se de um inventário etnográfico com dados de 186 sociedades pertencentes à África Subsaariana, à Eurásia (porção da Europa que se encontra com a Ásia), à América do Norte, ao Mediterrâneo, às I-lhas do Pacífico e às américas Central e do Sul. Dos antigos romanos aos índios guaranis, há dados coletados ao longo da história sobre diversos aspectos socioculturais, como língua falada, economia predominante, alimentação, crenças, traços físicos etc. Episódios que puderam ser documentados, como batalhas e assassinatos, também entraram no banco, até hoje uma referência na antropologia.
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