Será que a obesidade poderá ser tratada por meio de correções genéticas? Essa dúvida impulsionou alguns cientistas americanos a realizar um experimento que ajudasse a decifrar o problema. A suspeita do grupo era de que o gene MRAP2 seria um dos responsáveis pelo controle do peso. Testes em ratos confirmaram o efeito ao anular a ação dessa proteína nos bichos. A intenção agora é decifrar o funcionamento dela em humanos e, no futuro, desenvolver drogas que combatam um dos maiores problemas de saúde pública mundial.
O experimento foi feito por pesquisadores do Hospital da Criança de Boston e publicado na revista científica Science desta semana. Os cientistas desconfiaram que a ligação do MRAP2 com a MC4R ; uma proteína localizada no hipotálamo e importante na regulação de gasto de energia ; poderia influenciar o ganho de peso. A fim de comprovar a suspeita, eles modificaram geneticamente alguns ratos para silenciar o MRAP2, ou seja, anular a função da proteína no organismo das cobaias. Após a alteração, os ratos foram isolados com outros camundongos normais e todos seguiram a mesma dieta.
Com o tempo, os pesquisadores notaram que os animais com a proteína alterada engordaram mais. ;Os ratos com mutações no MRAP2 tornaram-se obesos sem comer mais comida do que os ratos normais. Se os seres humanos com deficiências no MRAP2 ou em outros genes localizados nessa via se comportarem da mesma maneira, pode ser que a obesidade humana aconteça, pelo menos em estágios iniciais, sem que haja maior ingestão de alimentos. Em vez disso, o problema se daria devido a alterações na forma como o corpo queima a energia;, explica o endocrinologista e líder do experimento, Joseph Majzoub.
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