Paula Takahashi
postado em 31/07/2013 09:11
Belo Horizonte ; Na torcida pelo time do coração, poucos sabem o preparo necessário para que o craque entre em campo em busca do melhor resultado para a equipe. Quando a bola começa a rolar, os jogadores estão preparados para correr de nove a 12 quilômetros, perder entre dois e três quilos ; boa parte de água ; e gastar quase 2 mil calorias em 90 minutos. Os músculos das pernas e das coxas, os mais exigidos, precisam estar em plena forma para suportar os dribles, corridas em velocidade, saltos e chutes a gol sem que saiam lesionados.O preparo cardiorrespiratório é outro que deve estar em dia. Em uma partida de futebol, o coração passa de uma frequência de 50 a 60 batimentos por minuto em situação de repouso para 100 ou até mesmo 120 logo no início da disputa. No ápice da partida, os valores variam de 150 a 160 e não são raros os casos em que ultrapassam a casa dos 200 batimentos por minuto. Segundo Emerson Silami, diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o resultado é uma frequência cardíaca com intensidade média de 85%, com máxima de 100% em momentos mais decisivos.
Para suportar tamanha exigência, o corpo de um jogador de alta performance deve estar em plena sintonia e preparo. Os músculos devem ser a grande prioridade. ;Entre os grupamentos musculares da coxa e das pernas mais utilizados, destacamos os compartimentos anterior, medial e posterior;, afirma Marconi Gomes da Silva, médico do esporte e presidente da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte.
Todo esse preparo também pode variar de acordo com a posição que o jogador ocupa. ;Os laterais costumam ser mais velozes e terem melhor condicionamento físico para suportar muitos minutos ;indo e voltando;, atacando e ajudando na marcação;, explica Marconi. Ele ainda acrescenta que esses atletas geralmente apresentam características semelhantes aos velocistas do atletismo. ;E podem ser tão resistentes como os fundistas, os corredores de meia distância e longa distância;, compara.
Sem preparo
Os atletas de fim de semana trabalham os mesmos músculos com os profissionais. A grande diferença, na avaliação do médico Marconi Gomes, está no preparo físico. ;Embora a intensidade do exercício empregada seja menor, o risco de lesões pode ser alto devido ao menor treinamento, à resistência e à flexibilidade;, explica. Os músculos menos preparados e desenvolvidos podem não ser suficientes para controlar os movimentos realizados. ;Com isso, a pessoa fica submetida a um alongamento forçado quando em contração, propiciando o surgimento de lesões;, observa Marconi.
Musculaturas menos desenvolvidas também facilitam uma menor tolerância ao contato físico. ;Jogadores mais fracos do ponto de vista muscular são mais vulneráveis a lesões secundárias provenientes do choque direto com o adversário e pelas quedas frequentes;, lembra o especialista. Diante dos riscos, o certo é moderar e prestar atenção nos sinais enviados pelo corpo. A dor durante a partida costuma ser o primeiro sinal de alerta.