Isabela de Oliveira
postado em 09/08/2013 06:04
Na antiguidade, o ouro era considerado o metal dos deuses, capaz de refletir a energia celeste. Pelo visto, os antigos não estavam completamente errados, sugerem pesquisadores do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos. Segundo eles, o nobre metal pode mesmo ter vindo do céu. No entanto, não teria sido enviado por alguma divindade, mas resultado de uma explosão de raios gama curtos (GRB) causada pela colisão de duas estrelas de nêutrons. O grupo de especialistas chegou a essa conclusão depois de observar um desses surtos energéticos, captado recentemente pelas lentes do telescópio espacial Hubble e pelo satélite Swift, ambos da agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa.
Ivan Ferreira, astrofísico da Universidade de Brasília (UnB), explica que estrelas solitárias como o Sol são bem mais raras do que as que se encontram, por exemplo, aos pares. Se, inicialmente, são massivas, com pelo menos 10 vezes a massa solar, no fim da evolução, elas se tornam estrelas de nêutrons. Em um sistema instável, os dois astros ficam cada vez mais próximos até colidirem, o que resulta em uma intensa emissão de raios gama, que dura menos que dois segundos.
O flagrante estudado ocorreu em 3 de junho, quando um brilho único surgiu a uma distância de aproximadamente 3,9 bilhões de anos-luz da Terra. ;Se você considerar que são poucos fenômenos observados e que não duram muito tempo, cada evento é muito importante para descobrirmos o que acontece durante a colisão e o que sobra desse impacto. Daí a importância dessas medidas;, ressalta Ferreira, que não participou do estudo, coordenado pelo astrônomo Edo Berger.
Confira a animação de uma possivel origem do ouro a partir de uma colisão de estrelas de nêutrons
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