Ciência e Saúde

Uso de agrotóxicos vai do desequilíbrio ecológico a prejuízos à saúde

Especialistas afirmam que é urgente o desenvolvimento de tecnologias mais seguras, que afastem as pragas sem colocar o planeta em risco.

Paloma Oliveto
postado em 16/08/2013 07:20

São mais de 7 bilhões de bocas para alimentar e uma produção agrícola crescendo em ritmo lento. Com 25,7% das crianças em estado de desnutrição, o mundo não pode abrir mão dos pesticidas, substâncias químicas que protegem a lavoura, mas também podem envenenar os ecossistemas. A perspectiva de um mundo ainda mais superpovoado em 2050 ; 9 bilhões de habitantes, de acordo com as estimativas ; e as evidências dos malefícios desses produtos para a saúde das pessoas e para o meio ambiente colocam a ciência em alerta. Em um especial da revista Science, especialistas afirmam que é urgente o desenvolvimento de tecnologias mais seguras, que afastem as pragas sem colocar o planeta em risco.

Clemens Lamberth, bioquímico da suíça Syngenta Crop Protection, uma das maiores produtoras mundiais de agrotóxicos e fabricante de um pesticida banido recentemente pela Comissão Europeia, admite que, ;apesar do arsenal moderno de proteção química disponível para agricultores e fazendeiros, o grande desafio de fornecer segurança alimentar (;) vai testar as capacidades inovadoras da indústria e da academia;. Autor de um dos artigos publicados na Science, ele lembra que, além do crescimento populacional, o mundo passa por um período de eventos climáticos extremos, com desertificação, secas e tempestades, o que aumenta a preocupação sobre a produção de alimentos.



Ao mesmo tempo, as pragas se tornam cada vez mais resistentes, e as ervas daninhas avançam pelos campos. É quase irresistível imaginar que produtos químicos mais pesados poderiam acabar com o problema. Contudo, pesquisas indicam que as substâncias usadas atualmente na lavoura já podem provocar desequilíbrios ambientais graves, mesmo que, nos últimos 50 anos, tenham sido aprimoradas ; hoje, 10g cobrem um hectare, o equivalente a 1% do necessário em 1960. Os efeitos colaterais observados são diversos: vão de alterações hormonais e comportamentais a disfunções na reprodução e extinção iminente de espécies.

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