Ao fazer experimentos de remoção e transplante de córnea, o médico Harminder Singh Dua notou que era possível separar uma finíssima fatia de tecido entre a lente e o resto do olho. A suspeita foi colocada à prova em um experimento com 31 córneas, e, sob a lente do microscópio, surgiu uma membrana ocular até então desconhecida pela ciência. A camada tem apenas 15 micrômetros de espessura, um pouco mais que um centésimo de um milímetro. A aparência é cristalina e ela parece ter uma estrutura muito forte para o tamanho delicado.
A descoberta ganhou o nome do descobridor e destaque, em junho, na revista especializada Ophtalmology. Até então, acreditava-se que a córnea se separava em cinco camadas de diferentes funções ; estrutura complexa para um órgão de apenas meio milímetro de finura. Vários pesquisadores já se prontificaram a estudar a estrutura desconhecida e medir as propriedades dela em laboratório. O que poderia ser apenas um detalhe ignorado, agora promete ser um fator decisivo para transplantes e tratamentos de doenças que afetam a parte de trás da córnea.
Em visita ao Brasil para o Congresso Brasileiro de Oftalmologia e o Congresso Pan-Americano de Oftalmologia, ocorridos, neste mês, no Rio de Janeiro, Harminder Singh Dua conversou por telefone com o Correio Braziliense. Em rápida entrevista, o pesquisador da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, contou como foi feita a descoberta que vai mudar os livros de medicina e falou sobre como a membrana guarda um grande potencial científico e terapêutico. ;Você não pode vê-la a olho nu, mas, no microscópio, tem uma estrutura muito diferente. Tem traços próprios, características que a diferenciam do resto da córnea;, explica o médico.
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