Bruna Sensêve
postado em 02/09/2013 06:00
Após 42 minutos em morte clínica ; com a respiração e a circulação sanguínea interrompidas ;, a australiana Vanessa Tanasio, 41 anos, voltou à vida. A façanha de uma equipe médica do Centro Médico Monash, na cidade australiana de Melbourne, contou com a ajuda de um aparelho que é novidade na medicina mundial: o compressor cardíaco mecânico. Poucos exemplares podem ser encontrados no Brasil. Especialistas reconhecem a utilidade do equipamento, mas alertam que, sem uma corrente de sobrevivência bem executada, ele pode não surtir o efeito esperado.A intenção é substituir o trabalho de massagem cardíaca ; procedimento padrão em pacientes que sofrem uma parada. O equipamento, que custa aproximadamente R$ 100 mil, realiza de forma automática a compressão do tórax. O uso eleva a 100% a efetividade do ;bombeamento cardíaco artificial;, que fica em aproximadamente 30% quando a massagem é feita com perfeição por um profissional treinado. Ao sofrer uma parada cardíaca, a compressão do tórax, normalmente feita empurrando a região do peito entre os mamilos do paciente, ajuda a normalizar a circulação sanguínea. O procedimento também é essencial para manter a irrigação do cérebro, que, em minutos, pode começar a sofrer com a morte de células, o que causa sequelas irreparáveis.
;O problema da massagem cardíaca é que, após alguns minutos, até o profissional mais treinado e experiente fica cansado. A compressão automática consegue evitar essa fadiga, a inconsistência da compressão feita por profissionais que precisam se revezar e até mesmo as pausas necessárias para a troca;, analisa Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento em Emergências Cardiovasculares do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (USP) e um dos diretores do Comitê de Emergências Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ele afirma que o equipamento garante um fluxo mais estável e contínuo ao cérebro e ao coração.
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