Ciência e Saúde

Orbital Sciences lança cápsula não tripulada Cygnus rumo à ISS

A Antares já tinha realizado um primeiro voo em abril partindo de Wallops com um simulador da Cygnus

Agência France-Presse
postado em 18/09/2013 15:43
Washington - A Orbital Sciences Corp, uma das duas empresas americanas, junto com a SpaceX, contratadas pela Nasa para enviar cargas à Estação Espacial Internacional (ISS), lançou nesta quarta-feira (18/9) sua cápsula não tripulada Cygnus, no quarto voo de uma empresa privada com direção à estação.

A cápsula, transportada por um foguete de dois estágios Antares, da Orbital Sciences, foi lançada às 10h58 locais (11h58 de Brasília) da base da Nasa na ilha Wallops, na costa leste da Virgínia (leste), e deverá chegar à ISS no domingo.

A Antares já tinha realizado um primeiro voo em abril partindo de Wallops com um simulador da Cygnus. O acoplamento da Cygnus à ISS será o quarto de uma cápsula não tripulada privada à ISS, no âmbito do plano da Nasa de privatizar as missões espaciais dos Estados Unidos.

O primeiro foi o da cápsula Dragon, da empresa californiana SpaceX, em maio de 2012. Dragon fez a seguir outros dois voos para transportar carga à ISS.

O primeiro estágio de Antares funcionou um pouco mais de quatro minutos antes de se separar, depois do que os motores do segundo estágio estiveram operacionais durante dois minutos e meio.

A cápsula Cygnus se separou, então, para alcançar a órbita terrestre, marcando o sucesso do lançamento. A separação da cápsula de carga foi bem sucedida, anunciou um comentarista da Nasa na transmissão televisiva ao vivo da agência espacial americana, enquanto eram ouvidas reclamações no centro de controle da missão.

"Este sim foi um belo lançamento", afirmou o relator. Durante uma missão de uma semana, a Cygnus transportará 725 quilos de alimentos, roupas e carga para a tripulação a bordo da estação orbital e permanecerá acoplada à ISS durante um mês.



= Cygnus se destruirá na atmosfera =

A cápsula fará uma série de manobras antes de chegar no domingo à ISS, situada a 415 km de altitude. Dois dos seis astronautas da tripulação da ISS usarão o braço mecânico para prender a Cygnus antes do acoplamento.

Os ocupantes do laboratório espacial - três russos, dois americanos e um italiano - começarão no dia seguinte a descarregar as provisões, e em seguida carregarão os dejetos que armazenam na estação.

Diferente da cápsula Dragon, da SpaceX, Cygnus não poderá retornar à Terra, sendo destruída após a missão durante a reentrada na atmosfera.

Para a Nasa, estes voos privados para abastecer a ISS, o primeiro dos quais foi realizado pela SpaceX com a nave Dragon, em maio de 2012, "são essenciais", destacou à imprensa Alan Lindenmoyer, encarregado do programa de voos tripulados e de carga para a ISS.

"A Nasa pode, assim, se concentrar na exploração tripulada mais longínqua do espaço", acrescentou. A agência espacial americana aposta nos convênios com o setor privado para suceder os ônibus espaciais, o último dos quais voou em julho de 2011, a fim de abastecer a menor custo a ISS e transportar para lá seus astronautas a partir de 2015.

A Nasa assinou um contrato de abastecimento da ISS de US$ 1,9 bilhão com a Orbital Sciences, segundo a qual transportará vinte toneladas de carga para a ISS em oito voos até o começo de 2016, o primeiro dos quais está previsto para dezembro.

A SpaceX, cujo contrato com a Nasa é de US$ 1,6 bilhão, já efetuou com sua cápsula Dragon três missões para a ISS, duas das quais para transportar carga e ainda lhe restam outras 10 missões de abastecimento da estação até 2015.

SpaceX, Boeing e Sierra Nevada também acertaram com a Nasa desenvolver uma nave privada para transportar pessoas para a ISS e outros destinos orbitais.

Atualmente os Estados Unidos dependem dos foguetes russos Soyuz para transportar astronautas à ISS, ao custo de US$ 63 milhões por lugar.

Para transporte de carga, a Nasa conta, ainda, com as naves não tripuladas europeias ATV, a japonesa HTV e a russa Progress.

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