Isabela de Oliveira, Humberto Rezende
postado em 29/09/2013 08:00

O ano é 1999, e a cena faz parte de uma pesquisa financiada pelo governo americano e conduzida na Universidade de Columbia por Carl Hart, psicólogo especializado em neuropsicofarmacologia. Desde que convidou usuários de crack para viverem em um hospital e participarem do estudo, Hart teve surpresas. Contrariando a ideia de que a droga tira a capacidade de decisão, os voluntários se mostraram capazes de realizar escolhas racionais, avaliando se um cupom era mais interessante que uma nova dose de crack ou metanfetamina, outro entorpecente estudado pelo cientista.
Passados 14 anos, Hart está convencido de que alguns mitos impedem a adoção de políticas eficazes para lidar com a questão das drogas. A maior dessas crenças equivocadas, segundo ele, é a de que o vício é uma doença cerebral que pode ser explicada apenas pela forma como as substâncias agem sobre os neurônios. Seus argumentos estão reunidos em High price (Alto preço, ainda sem edição no Brasil), uma mistura de revisão científica sobre o tema e livro de memórias (o autor conta também sua trajetória desde a infância em um bairro pobre de Miami e como se tornou um dos poucos de seu grupo de amigos a não ter problemas com as drogas e com a lei).
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