Augusto Pio - Especial para o Correio
postado em 30/09/2013 09:33
Belo Horizonte - Diariamente, Carlos André Glacis, 29 anos, enfrentava dificuldades no caminho de casa ao trabalho. Ele não conseguia enxergar a numeração do ônibus e, muitas vezes, tinha vergonha de pedir ajuda. Diagnosticado com ceratocone, o porteiro usou lentes de contato para minimizar a deficiência durante sete anos. A cada três meses, tinha que trocá-las. Somente em 2011, ao mudar de oftalmologista, soube que havia terapia mais eficaz para o mal degenerativo. ;A lente de contato já não surtia efeito. Atingi o nível avançado da doença e precisava de uma terapia mais certeira;, lembra. Carlos conseguiu o resultado esperado após ser submetido a uma cirurgia de implante do anel intracorneano. ;Sou outra pessoa. Vivo melhor e sou mais feliz;, diz.
As dificuldades enfrentadas por Carlos André são vividas por milhares de brasileiros. O ceratocone é a distrofia mais comum da córnea e, segundo estimativas, acomete uma pessoa a cada mil. Normalmente, começa como astigmatismo, miopia ou ambos, podendo evoluir rapidamente ou levar anos para se desenvolver. A doença costuma surgir na adolescência e, raramente, aparece depois dos 30 anos. O oftalmologista José Roberto de Araújo, da Clínica de Olhos e Especialidades Médicas Integradas, em Belo Horizonte, esclarece que o ceratocone é uma degeneração da córnea (parte anterior transparente do globo ocular), formando uma protusão ou cone devido ao afinamento e encurvamento central. A evolução do distúrbio pode ser distinta em cada olho.
O oftalmologista Guilherme Ferrara explica que o tratamento mais indicado para o ceratocone depende do estágio da doença. O paciente com o problema no estágio inicial pode ter a visão corrigida com óculos e lente de contato. Em casos ainda iniciais, mas que é detectada uma pequena progressão da doença ; ou seja, ainda não há um comprometimento visual importante ; , pode ser indicado o crosslinking. O paciente recebe aplicação de raios UV (irradiação ultravioleta) associada ao uso da substância fotossensibilizadora riboflavina, que provoca enrijecimento corneano e possível paralisação do processo degenerativo.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.