Alguns milissegundos após o big bang ; a explosão que deu origem ao cosmos, cerca de 13,7 bilhões de anos atrás ;, o universo resfriou, a simetria perfeita rompeu-se e uma nova partícula deu massa a todas as outras. A misteriosa estrutura foi descrita, em estudos separados, pelos cientistas Peter W. Higgs e François Englert em 1964. Foram necessários 48 anos para que o Grande Colisor de Hádrons (LHC, pela sigla em inglês), um superacelerador de partículas (veja arte) do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), comprovasse a existência dos bósons de Higgs, a última peça do quebra-cabeça do modelo padrão da física de partículas e um mecanismo que ajuda a explicar a construção do mundo. A Academia Real das Ciências da Suécia confirmou os prognósticos e concedeu a Higgs e a Englert o Prêmio Nobel de Física. O anúncio dos laureados ocorreu com mais de uma hora de atraso, às 8h de ontem (hora de Brasília), e levantou suspeitas de que o Comitê Nobel teve dúvidas em relação aos nomes dos escolhidos.
;Ele (o bóson de Higgs) está conectado a um campo invisível, que preenche todo o espaço. Mesmo quando o nosso universo parece vazio, esse campo está lá. (;) Se não estivesse, nada do que conhecemos, nem mesmo nós, existiríamos;, afirma um comunicado da academia. Essa característica rendeu-lhe a alcunha, refutada pelos cientistas, de ;a partícula de Deus;. Considerado favorito absoluto ao Nobel de Física, o britânico Higgs, 84 anos, preferiu a reclusão. Por meio da Universidade de Edimburgo, se disse ;impressionado; com o prêmio. ;Eu gostaria de parabenizar a todos aqueles que contribuíram para a descoberta dessa nova partícula e agradecer à minha família, a meus amigos e a meus colegas;, declarou. ;Espero que esse reconhecimento da ciência fundamental ajude a aumentar a consciência sobre a importância da pesquisa imaginativa;, completou. Professor da Universidade Livre de Bruxelas, o belga Englert, 81 anos, afirmou que se sente ;muito feliz;. ;É certo que demos um grande passo adiante para resolver o modelo padrão da física, mas ele ainda não está solucionado;, comentou.
Confira entrevista com o físico brasileiro Alberto Santoro, líder do grupo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) que trabalha no instrumento Detector Solenoide de Múon Compacto (CMS) do LHC:
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Entrevista com Sergio Bertolucci, diretor para Pesquisa e Computação do Cern:
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