Ciência e Saúde

Relação frequente entre avós e netos rende benefícios generalizados

Os mais velhos protegem-se da depressão e estimulam o intelecto. A nova geração encontra nos experientes respostas para os anseios da juventude

postado em 15/10/2013 10:49
Segundo Déa Dumont, a convivência com o neto João Gabriel a deixou mais calmaCorujas ou distantes, antenados ou saudosistas, saudáveis ou debilitados. Os tipos de avós são diversos e, muitas vezes, o tempo, a distância e outros contratempos dificultam o contato rotineiro com os netos. Quando, no entanto, os obstáculos são vencidos, os benefícios são grandes para os dois lados. Os netos podem aprender com a experiência acumulada pelos mais velhos, ao mesmo tempo em que podem ensinar aos avós as particularidades da modernidade. ;A troca entre gerações costuma ser muito produtiva, pois tanto os avós quanto os netos têm muito a se beneficiar dessa convivência;, afirma Denise Dfalcke, coordenadora do programa de pós-graduação em psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Em agosto, um estudo americano conduzido por pesquisadores do Boston College reforçou ainda mais a tese de que a boa relação entre avós e netos pode trazer benefícios generalizados. Os resultados do trabalho revelaram que, de maneira geral, uma ligação emocional próxima entre os dois grupos faz com que eles tenham menos sintomas de depressão. Quanto mais apoio recebem um do outro, menos problemas de saúde psicológica enfrentam.



Doutora em psicologia e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Maria Rita Seixas acredita que a relação de proximidade entre avós e netos pode, de fato, ser um grande fator para evitar a depressão nos idosos. Para ela, ao chegar à idade mais avançada, a pessoa tem mais necessidade de afeto, que, em geral, não é suprido devido à perda ou ao afastamento de pessoas importantes. ;As crianças e os adolescentes podem passar essa afetividade de que os avós precisam, mas, em geral, já não a têm.;

A chegada de João Gabriel, 1 ano e 7 meses, representou um ponto de mudança na vida da professora Déa Dumont, 48 anos. Passadas as primeiras dificuldades de adaptação na vida dos pais da criança e dos que estão em volta, a ligação de Déa com o neto fortaleceu. ;A presença dele foi tomando uma importância a cada dia maior. Trouxe alegria, amor, carinho.; Para a professora, a relação com os netos exige um grau de responsabilidade menor do que quando se está criando os filhos. Por isso, permite uma aproximação mais descontraída e com menos rigidez. ;Você permite uma quebra de protocolo, brincar, dar um chocolate na hora errada. Claro que com atenção também;, ressalta. Para justificar, ela cita, entre risos, uma frase que leu pouco depois de se saber que seria avó: ;Quando o neto entra pela porta, a disciplina sai pela janela;.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação