Ciência e Saúde

Novas tecnologias vão ajudar a compreender o funcionamento do cérebro

Especialistas apontam, em uma série de artigos na revista Science, quais devem ser os próximos passos no estudo do complexo órgão humano

Paloma Oliveto
postado em 01/11/2013 06:03

Especialistas apontam, em uma série de artigos na revista Science, quais devem ser os próximos passos no estudo do complexo órgão humano

São mais de 80 bilhões de operários trabalhando sem parar, dentro de uma sala escura. Ali, ninguém age sozinho. O bom funcionamento dessa fábrica de ideias e ações que é o cérebro humano depende da comunicação entre os neurônios. Interrupções ou equívocos na linha de produção acabam comprometendo corpo e mente: do mal de Parkinson à depressão severa, passando por Alzheimer, esquizofrenia, enxaqueca, insônia e anorexia, é cada vez maior o número de moléstias associadas a interrupções na conexão entre os circuitos cerebrais.



[SAIBAMAIS]Aos poucos, a ciência começa a entender como as redes de células se relacionam, um passo crucial não só rumo a tratamentos para essas doenças mas à compreensão de funções normais e distintas que vão da formação de imagens ao aprendizado. Os avanços e desafios do estudo dessa orquestra de neurônios são tema de um especial publicado na edição de hoje da revista Science.

Há até pouco tempo, o cérebro era o mais ilustre desconhecido órgão do corpo. Civilizações antigas, como a dos egípcios, creditavam ao coração o papel de centro de controle do homem. Aquela estranha massa porosa dentro do crânio não parecia ter importância; por isso, como as entranhas, era jogada fora no processo de embalsamamento das múmias. Quatrocentos e cinquenta anos antes de Cristo, o grego Alcmaeon de Crotona levantou a hipótese de o cérebro processar as sensações e emoções, uma ideia contestada mais tarde por seu conterrâneo Aristóteles.

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