Lilian Monteiro
postado em 06/11/2013 09:00
Curitiba - Instabilidade profissional, rendimento abaixo da capacidade intelectual, falta de foco e atenção, dificuldade de seguir rotinas, tédio, problemas para planejar e executar tarefas e frequente alteração de humor. Esses são alguns sintomas do adulto com transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH), um mal neurobiológico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a vida. Bastante falado, discutido e tratado em crianças, muitos desconhecem que o TDAH pode persistir em homens e mulheres já crescidos. O assunto foi debatido recentemente durante o 31; Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Curitiba.
Iane Kestelman, presidente da Associação Brasileira do Deficit de Atenção (ABDA), apontou o preconceito contra os pacientes com o transtorno e a falta de políticas públicas para o problema. Carlos Alberto Iglesias Salgado, mestre em psiquiatria, especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisador associado do Programa de Transtornos de Deficit de Atenção/Hiperatividade da Federal do Rio Grande do Sul (ProDAH/UFRGS) atribui a falta de divulgação e debate desse diagnóstico às questões colocadas por Kestelman.
;Primeiro, por desconhecimento de muitas coisas, não só do TDAH. E também por ser objeto de um certo preconceito, de que era um transtorno que se resolvia naturalmente ao longo da infância para a adolescência. Agora, percebe-se, por meio de estatísticas e de dados epidemiológicos, que até 70% das crianças com os vários subtítulos de deficit de atenção vão seguir tendo prejuízo na vida adulta;, diz Salgado.