Pedro Cerqueira/Estado de Minas
postado em 18/11/2013 06:15
Belo Horizonte ; É num galpão do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que está sendo desenvolvido, em parceria com a Fiat Automóveis do Brasil, o primeiro motor projetado para funcionar somente com etanol no tanque de combustível. Mas como assim? E o carro a álcool que você andava nos anos de 1970 e 1980? E o carro flex que você certamente tem na garagem? Pasme, leitor, mas os motores que esses veículos trazem e traziam sob o capô são meras adaptações de propulsores feitos para funcionar com gasolina.
Quem afirma é o professor Ramon Molina Valle, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG. De acordo com ele, há 30 anos, as apostas eram que hoje os carros elétricos e a célula a combustível (reação química que resulta em eletricidade e gera como emissão o vapor d;água) já fossem uma realidade. Mas, como isso ainda não foi possível, na visão do professor, o motor à combustão ainda tem vida longa. ;Até chegarmos lá, precisamos de tecnologia para reduzir as emissões e o uso de combustíveis fósseis;, afirma.
[SAIBAMAIS]Molina deixa claro que essa pesquisa não vai resultar na construção de um motor por parte da UFMG, mas na modelagem virtual de um propulsor com parâmetros ideais para o uso do etanol. O projeto teve início em julho, quando a equipe começou a ser montada. Depois, os pesquisadores participaram de um treino para dominar os softwares que serão usados no projeto. Agora é que a geometria do motor está sendo determinada: um três-cilindros com baixa cilindrada, ainda não definida, mas certamente abaixo de um litro, porém com potência semelhante à de um motor 1.8, com mais de 100cv.
Esse desempenho será alcançado com o uso de tecnologias como a injeção direta de combustível e a turboalimentação. Para que o motor tenha bom torque em qualquer regime de rotação, o professor não descarta o uso de duas turbinas, uma para as baixas e outra para as altas rotações, garantindo uma curva de torque estável. Outra característica importante é que o motor vai funcionar com baixas rotações, entre 4.500 e 5.000rpm, provocando menos atrito e consumo de combustível. ;Como a queima do etanol tem como resultado uma maior liberação de torque (que é a força produzida pelo motor), o uso dessas tecnologias em um motor feito e otimizado para esse combustível vai resultar em um desempenho superior;, compara Molina.
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