Bruna Sensêve
postado em 22/11/2013 06:03
O viril cromossomo Y pode não ser mais tão essencial para gerar descendentes masculinos. Pelo menos, não por inteiro. Pesquisadores da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, conseguiram fazer com que camundongos machos nascessem da união de óvulos (que contêm um cromossomo X) com células sexuais masculinas que possuíam apenas dois genes do Y, e não ele completo. Surpreendentemente, os embriões, gerados por uma técnica de reprodução assistida, se desenvolveram normalmente depois de implantados em fêmeas, e nasceram férteis.;Isso significa que o cromossomo Y, ou a maior parte dele, não é mais necessário? Sim, dados os nossos atuais avanços em tecnologias de reprodução assistida;, afirma Monika A. Ward, professora do Instituto de Pesquisa em Biogênese da Faculdade de Medicina John A. Burns e principal autora do trabalho, publicado pela revista Science. Ela pondera, no entanto, que, para a fertilização normal, sem assistência, o cromossomo Y mantém sua importância. E ressalta que transpor o mesmo feito para humanos é um desafio ainda muito longe de ser alcançado.
Os experimentos realizados pela equipe de Ward utilizaram camundongos machos produzidos em laboratório. Modificados geneticamente, os animais não possuíam o cromossomo Y completo, mas apenas dois de seus inúmeros genes: o Sry e o Eif2s3y. Segundo a chefe do Serviço de Ginecologia da PUC-RS, Mariangela Badaloti, o primeiro gene é um velho conhecido do campo. Ele é responsável pela diferenciação masculina. ;Isso já sabiam. Então, foram criando ratinhos transgênicos utilizando essa porção conhecida e fragmentando o restante do cromossomo, separando genes e tentando produzir camundongos com novas associações;, explica a especialista em reprodução humana, que não participou do estudo.
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