Isabela de Oliveira
postado em 01/12/2013 08:01
Mal havia se adaptado à nova realidade, a de ser mãe, Gyselle Macoski Leite, 33 anos, foi surpreendida com um presente inusitado do destino: a gestação de Carolina. A funcionária pública sempre quis ter dois filhos com idades próximas. Mas, apesar do sonho realizado, ;a diferença não precisava ser assim tão pequena;, avalia. Afinal, quando soube da segunda gravidez, havia apenas cinco meses do nascimento de Gabriel. ;Bateu um desespero, pois eu estava me adaptado ao primeiro filho. Praticamente voltei da licença-maternidade e engravidei de novo;, relembra. Hoje, o casal de crianças tem 4 e 5 anos. Se tivesse tido mais informações sobre métodos contraceptivos durante o resguardo, Gyselle acredita que o intervalo entre as certidões de nascimento teria sido maior.
Inúmeros fatores, como falta de informação, amamentação, amenorreia, demora para retornar à vida sexual e menores intenções reprodutivas, levam as mulheres a não se protegerem de uma nova gravidez logo após o nascimento de um filho. Embora a amamentação consiga dar à mãe um bom grau de proteção até seis meses depois do parto, atrasando a ovulação e o retorno da menstruação, é aconselhável o uso de um método contraceptivo combinado. Um levantamento publicado no mês passado pelo Population Council, uma organização não governamental que realiza pesquisas internacionais em saúde pública, constatou que, no mundo, 12% das mulheres que estavam amamentando e sem menstruar engravidaram em seis meses após o parto. Além disso, 26% das lactantes já estavam ovulando nesse período.
Segundo especialistas, a contracepção deve ser iniciada praticamente logo após o nascimento do bebê. Entre 30 e 40 dias, a mulher precisa ser submetida a uma bateria de exames que avaliará o estado do útero, dos ovários e das mamas. É aí que ela saberá se estará ou não liberada para atividades sexuais. Nesse período, ela já deve considerar o planejamento familiar. Os especialistas aconselham que o método seja pesquisado já no pré-natal. No entanto, é importante que a escolha do tratamento passe indispensavelmente pela avaliação do médico. Isso porque o método errado poderá influenciar diretamente a amamentação e, portanto, o crescimento do bebê.
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