Paloma Oliveto
postado em 05/12/2013 09:22
Escondido no pé da Serra Atapuerca, na Espanha, existe um verdadeiro celeiro de ossos. Durante 400 mil anos, mais de 2 mil fragmentos de esqueletos de animais e humanos amontoaram-se em uma caverna, sem serem perturbados. Até que, em 1976, paleontólogos descobriram o tesouro a 30m de profundidade, no que ficou conhecido como Sima de los Huesos, o fosso ou abismo dos ossos. Os mistérios que cercam esse lugar tão singular não dizem respeito apenas à circunstância da morte das cerca de 28 pessoas que jaziam ali, ao lado de feras como ursos ; ninguém sabe se elas caíram acidentalmente ou se a cavidade era uma espécie de cemitério. Acima de tudo, o maior depósito de hominídeos já encontrado desafia os cientistas porque eles não sabem exatamente que tipo de gente era aquela.Agora, o enigma fica ainda mais complexo. Pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, conseguiram sequenciar quase todo o genoma mitocondrial ; DNA da estrutura produtora de energia das células passadas pela linhagem materna ; de um indivíduo pertencente ao gênero Homo encontrado no local. O material foi extraído de um fêmur. Além de o estudo apresentar a análise do genoma humano mais antigo até hoje, abrindo caminho para a pesquisa genética de ancestrais milenares, ele revelou algo inesperado: as pessoas que habitaram aquela região da Europa há 400 séculos eram mais próximas dos denisovanos, extintos hominídeos asiáticos, que dos neandertais, os homens das cavernas que viveram no continente europeu até serem extintos, há 50 mil anos.
Três anos atrás, a já intrincada e confusa história da evolução humana ganhou mais um personagem. A mesma equipe de pesquisadores que decifrou o DNA do indivíduo da Sima de los Huesos publicou, na revista Nature, um estudo no qual descrevia uma nova população de hominídeos, que não era nem neandertal nem humana moderna. Eles sequenciaram o material genético extraído do osso do dedo de uma menina que viveu há 30 mil anos na Caverna de Denisova, na Sibéria, e descobriram que o DNA da garotinha de 5 a 10 anos não se encaixava em nada conhecido até então.
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