Ciência e Saúde

Cigarros eletrônicos levam os usuários a fumar ainda mais, mostra estudo

Segundo especialistas, os jovens são as maiores vítimas do perigoso artefato

Paloma Oliveto
postado em 10/12/2013 06:10

Assim como o cigarro tradicional, a versão eletrônica tem nicotina. A diferença está na ausência de tabaco

A ideia é tentadora: continuar desfrutando dos prazeres do vício sem, contudo, colocar a saúde em risco. Foi com a promessa de ajudar a parar de fumar de maneira pouco traumática que os cigarros eletrônicos se tornaram populares. Produzidos sem tabaco, eles não fazem fumaça e são vendidos em diversos sabores, como aqueles que imitam o gosto dos produtos da Philip Morris e da Dunhill. Mas, além de haver evidências de que o vapor do e-cigarro seja nocivo ao trato respiratório, um estudo realizado entre quase 76 mil jovens mostrou que o equipamento não é eficaz para quem deseja se livrar da dependência. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização e o uso desse tipo de cigarro, mas é fácil comprá-lo na internet e no comércio informal, onde custa a partir de R$ 50.

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De acordo com o novo artigo, publicado no Journal of Adolescent Health e realizado a partir de dados de uma pesquisa epidemiológica da Coreia do Sul, jovens de 13 a 18 anos que mostraram interesse em parar de fumar com a ajuda do dispositivo não só continuaram com o vício, como passaram a fumar em dobro. Um mês depois de adotar o método alternativo, os tabagistas estavam, na verdade, consumindo tanto o cigarro normal quanto o eletrônico.

Além disso, os pesquisadores estão preocupados com um percentual de adolescentes que nunca experimentou o cigarro tradicional, mas é fumante habitual do eletrônico. O estudo indicou que esse é o caso de 1,4% dos coreanos. ;Esses jovens fazem parte do grupo que nunca fumou um cigarro normal e, por isso, é tradicionalmente considerado de baixo risco para o vício em tabagismo. Contudo, eles se tornaram dependentes da nicotina graças ao uso dos e-cigarros, o que significa que esses equipamentos representam um novo padrão de vício em nicotina entre adolescentes;, alerta Stanton A. Glantz, principal autor do artigo e pesquisador do Centro de Controle, Pesquisa e Educação sobre Tabaco da Universidade da Califórnia em São Francisco. O especialista também destaca que, em três anos (de 2008 a 2011), o uso de cigarro eletrônico pelos adolescentes coreanos aumentou 20 vezes.

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