Bruna Sensêve
postado em 14/12/2013 08:10
Um dos subtipos mais recorrentes de câncer de mama nas mulheres em período pós-menopausa, chamado de hormônio-dependente, tem uma característica muito peculiar. Suas células precisam se ligar a hormônios femininos, estrogênio ou progesterona, para crescer e evoluir. Cientes da condição, cientistas de todo o mundo se dedicaram a desenvolver drogas que bloqueassem esse processo. Surgiram, dessa forma, as classes de terapias anti-hormonais, que se mostraram muito eficientes contra esse tipo de tumor. Os oncologistas observaram ainda que, além de combater o câncer, os remédios impediram a reincidência dele. Uma dessas drogas atingiu 53% de redução da ocorrência da doença em mulheres com alto risco. O resultado foi apresentado, nesta semana, no Simpósio San Antonio de Câncer de Mama, nos EUA.Durante um dos eventos mais respeitados sobre o tema, que termina hoje, a Comissão de Coordenação do II Estudo Internacional de Intervenção no Câncer de Mama (IBIS -II) relatou dados observados em mais de 4 mil voluntárias de 18 países e com idade entre 40 e 70 anos. Elas foram acompanhadas durante cinco anos, sendo metade delas tratada com uma medicação anti-hormonal e a outra metade, com placebo. Os resultados iniciais mostraram que, das 125 participantes que desenvolveram o câncer de mama, 85 eram do grupo placebo e apenas 40 eram do que recebeu a medicação, comercialmente conhecida como anastrozol. Isso dá ao remédio uma taxa de redução de incidência do mal em 53%. Segundo os pesquisadores, os efeitos colaterais também foram mais leves que os observados nas medicações preventivas atuais.
Simultaneamente ao anúncio no encontro científico, o grupo publicou um artigo na revista The Lancet desta semana. ;Esperamos que nossos resultados levem a uma terapia alternativa de prevenção com menos efeitos colaterais para as mulheres na pós-menopausa e com alto risco de desenvolver câncer de mama;, comemora Jack Cuzick, presidente da comissão e chefe do Centro para a Prevenção do Câncer do Cancer Research UK. ;Duas outras terapias anti-hormonais, tamoxifeno e raloxifeno, são usadas por algumas mulheres para prevenir a doença, mas essas drogas não são tão eficazes e podem ter efeitos colaterais adversos, o que limita o seu uso.;
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