Bruna Sensêve
postado em 15/12/2013 08:16
Tirar alguns minutos do dia para meditar pode provocar benefícios generalizados ao organismo. A prática não só acalma a mente e evita o estresse diário. Também combate doenças cardiovasculares, aumenta a produtividade cerebral e até promove modificações na expressão genética. Esses são os resultados colhidos pela ciência e pela comunidade médica nos últimos anos. Para os mais céticos, vale frisar que não há qualquer conteúdo religioso ou espiritual nos dados obtidos tanto por meio de exames clínicos tradicionais, quanto por análises feitas com tecnologia de ponta. No último estudo, publicado neste mês na revista científica Psychoneuroendocrinology, foram relatadas alterações moleculares específicas no corpo de adeptos experientes logo após a meditação intensa.
O grupo internacional ; que reúne cientistas da Universidade de Lyon, na França, de Barcelona, na Espanha, e de Wisconsin, nos Estados Unidos ; traz a primeira evidência científica da ocorrência de rápidas alterações na expressão genética depois da meditação, afetando fisicamente o organismo. Os participantes foram comparados a um segundo grupo de voluntários que, durante o mesmo período, praticou atividades igualmente tranquilas. ;Um crescente corpo de pesquisa mostra que a meditação pode alterar processos bioquímicos, neurais e comportamentais. No entanto, os mecanismos responsáveis por esses efeitos clinicamente relevantes eram ainda imperceptíveis;, lembra Richard Davidson, líder do trabalho.
Para chegar aos reguladores moleculares que promovem os benefícios já comprovados, o grupo analisou pontos específicos de expressão genética antes e oito horas após a meditação. No primeiro momento, não observaram qualquer diferença entre os dois grupos. ;Por outro lado, após a breve meditação, detectamos redução da expressão de genes histona deacetilase (HDAC 2, 3 e 9), alterações na modificação global de histonas (H4ac e H3K4me3) e diminuição da expressão de genes pró-inflamatórios (RIPK2 e COX2) em meditadores comparados aos do grupo de controle;, detalha Davidson. A expressão dos genes RIPK2 e HDAC2 foi associada a uma recuperação mais rápida do cortisol em ambos os grupos. Esse hormônio está intimamente ligado ao controle de inflamações, a alergias, a níveis de estresse, à regulação da imunidade, à estabilidade emocional, a estímulo de açúcar do sangue e à criação de proteínas.
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