Agência France-Presse
postado em 20/12/2013 17:15
Um coração artificial autônomo, concebido pela empresa francesa Carmat, foi implantado nessa quarta-feira (18/12) em um paciente que sofria de insuficiência cardíaca terminal por uma equipe do hospital Georges Pompidou, em Paris, anunciou a empresa nesta sexta-feira (20/12), qualificando esta intervenção de um feito inédito no mundo."Este primeiro implante foi realizado de forma satisfatória (...). O paciente se encontra atualmente sob vigilância em cuidados intensivos, acordado e falando com a família", acrescentou Carmat.
No final de setembro, as autoridades de saúde francesas deram luz verde para essa cirurgia, abrindo novas perspectivas a pacientes condenados pela escassez de órgãos disponíveis para transplante.
"Comemoramos este primeiro implante, mas seria prematuro tirar conclusões, já que se trata de um único implante e de um pós-operatório ainda muito breve", comentou o diretor geral da Carmat, Marcello Conviti, citado em um comunicado.
A empresa, fundada pelo cirurgião Alain Carpentier, conhecido mundialmente por ter inventado as válvulas cardíacas Carpentier-Edwards, quer atenuar a falta de órgãos com que sofrem milhares de pessoas com insuficiência cardíaca avançada.
Segundo a empresa, sua prótese, elaborada sobre bases científicas "sólidas", tem "uma funcionalidade e uma duração exemplares".
"Imita totalmente um coração humano normal, com dois ventrículos que movimentam o sangue como faria o músculo cardíaco, com sensores que permitem acelerar o coração, desacelerar, aumentar a cadência, diminuir a cadência. O doente dorme, diminui. Sobe escadas, acelera, por isso não tem nada a vez com uma bomba mecânica", havia explicado em setembro Philippe Pouletty, co-fundador do grupo.
O paciente implantado, cuja identidade não foi divulgada, deveria sofrer de insuficiência cardíaca terminal, com um prognóstico vital comprometido e sem alternativa terapêutica, segundo as condições propostas pelas autoridades sanitárias francesas.
A Carmat assegura que seu coração artificial poderia salvar a cada ano dezenas de milhares de vidas, sem risco de rejeição aos pacientes e garantindo-lhes uma qualidade de vida sem precedentes.