Tão pequenos quanto uma molécula de DNA. Insignificantes no tamanho, materiais nanométricos têm capacidade de revolucionar o que conhecemos hoje nos campos da saúde, eletrônica e até no universo da construção civil, indústria automobilística, aeroespacial e na exploração de petróleo e gás. Entre os mais relevantes deles está o nanotubo de carbono, material sobre o qual recaiu a maior parte dos estudos relacionados ao tema nos últimos 15 anos. Nesse período, os esforços se concentraram na caracterização e na definição das aplicações desses materiais, avanços que se restringiram ao campo das pesquisas acadêmicas, sem que nada concreto chegasse efetivamente ao mercado.
O conhecimento criado dentro das universidades ganhará, em Minas Gerais, um atalho para alcançar as demandas da indústria. Primeiro no país, o Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono ; CTNanotubos ; acaba de ser inaugurado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHtec), ao lado do câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Localizado em um espaço cedido provisoriamente pelo BHtec, o CTNanotubos promete superar um grande desafio da comunidade acadêmica nacional: tornar viável financeiramente a exploração dos nanomateriais. ;Vamos fazer essa ponte entre a pesquisa e a demanda específica das empresas. Para que isso ocorra, é preciso focar na produção em grande quantidade atrelada à viabilidade comercial;, reconhece Marcos Pimenta, professor do Departamento de Física da UFMG e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Nanomateriais de Carbono.
As atividades já começam com duas importantes linhas de atuação. ;Vamos fazer cimento com nanotubos de carbono e já temos uma encomenda da Petrobras para aplicação de um polímero chamado de poliuretana com nanotubos de carbono no processo de extração de petróleo em poços profundos;, explica Marcos. Com grande resistência atrelada à flexibilidade, os nanotubos de carbono transmitem suas características para os materiais aos quais são misturados. Os benefícios serão explorados na formulação de um cimento mais resistente para a indústria da construção civil e de uma conexão flexível mais resistente entre os tubos e as plataformas de petróleo.
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