Bruna Sensêve
postado em 25/12/2013 08:55
As vantagens da vitamina D para os ossos são inquestionáveis. No entanto, a ação dessa substância contra outras disfunções divide a comunidade médica. Uma ampla revisão de evidências científicas feita pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Prevenção em Lyon, na França, sugere que os níveis baixos do composto não são uma causa, mas sim uma consequência de problemas de saúde. A conclusão da meta-análise liderada por Philippe Autier põe em xeque o valor de suplementos na proteção a doenças agudas e crônicas não esqueléticas, como câncer, eventos cardiovasculares, diabetes e mal de Parkinson.Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, desafiando o conhecimento atual sobre o papel da vitamina D na prevenção de doenças não esqueléticas. A substância ficou famosa no meio científico e entre pacientes quando houve a comprovação, há algumas décadas, da influência que exerce sobre a saúde óssea e a absorção do cálcio. O achado abriu as portas para uma observação constante da ação da vitamina no organismo, possibilitando associações livres entre o alto nível do composto e a reduzida incidência de uma gama de doenças não necessariamente ligadas ao tecido ósseo.
Entre as centenas de trabalhos analisados pelo time de cientistas, 290 são do tipo observacional. Nesses, os benefícios da alta concentração de vitamina D apontados incluem redução do risco de eventos cardiovasculares (até 58%), de diabetes (até 38%) e de câncer do colorretal (até 34%). Conclusões que não puderam ser confirmadas nos ensaios clínicos com a efetiva suplementação. Ao reunir estudos que testam o efeito de prevenção em população com deficiência da substância, os pesquisadores se surpreenderam. A grande maioria dos 172 ensaios clínicos que examinaram os efeitos da suplementação de vitamina D não confirmou o resultado dos primeiros trabalhos avaliados.
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