Ciência e Saúde

Pessoas infectadas com HIV ganham tratamento público e gratuito no Brasil

O antirretroviral recupera as células T CD4, impedindo que o paciente desenvolva infecções oportunistas, seja hospitalizado, entre outros agravos

Bruna Sensêve
postado em 29/12/2013 07:00
Há 26 medicamentos antirretrovirais licenciados no mundo para o tratamento da infecção pelo HIV. O surgimento da terapia combinada com esses remédios, no fim da década de 1990, levou a reduções imediatas na mortalidade, que foram seguidas de uma série de medidas que ampliaram o acesso ao tratamento, como a disponibilidade de genéricos e o aumento da ajuda financeira internacional. Hoje, o Brasil ganha posição de destaque ao ser o primeiro país em desenvolvimento a fornecer tratamento público e gratuito a qualquer cidadão diagnosticado com infecção pelo vírus. O início imediato do uso de antirretrovirais é a principal forma de combate ao mal em pessoas que já têm o HIV instalado no organismo.

Segundo o diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, na maioria dos países, a fim de que o tratamento com a terapia antirretroviral altamente ativa (Haart, em inglês) seja iniciado, é preciso obedecer a um critério sobre a resposta imunológica do paciente. Para isso, é feito um teste de contagem de linfócitos T CD4 ; células do sistema de defesa alvo do HIV. ;Elas são uma espécie de general do exército de defesa. Com o ataque do vírus, é como se todos os glóbulos brancos estivessem preparados para a batalha, mas o general foi morto;, explica Mesquita. Por isso, o mecanismo de defesa do organismo não funciona. O antirretroviral recupera as células T CD4, impedindo que o paciente desenvolva infecções oportunistas, seja hospitalizado, entre outros agravos.


;Até então, só eram inclusos no tratamento público gratuito pacientes com a contagem de CD4 em 500 células/mm; de sangue. A partir de agora, podemos incluir no tratamento todo mundo que é HIV positivo, independentemente do nível de CD4 ou de ter desenvolvido a Aids;, resume Mesquita. Isso porque foi provado que o medicamento também mata o vírus circulante, diminuindo a carga viral do paciente e, principalmente, de fluidos corporais como esperma, secreção vaginal e sangue que transmitem o HIV. Com isso, além de o tratamento ser altamente efetivo, pois derruba a carga a níveis indetectáveis se realizado já no começo da infecção, reduz substancialmente o poder de transmissão do soropositivo.

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