Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo mostra que um em cada 3 adultos está acima do peso no mundo

No IMC, que é a relação entre a altura e o peso, um índice partir de 30 é considerado como um sinal de obesidade

Mais de um em cada três adultos no mundo é obeso ou está acima do peso, ou seja 1,46 bilhões de pessoas, indicou nesta sexta-feira um estudo britânico que observa uma explosão do fenômeno nos países em desenvolvimento e apela aos governos para que ajam em relação a este problema.

O círculo de reflexão britânico The Overseas Development Institute, ressalta, em um comunicado, que em nível global o percentual de pessoas com um índice de massa corporal (IMC) superior a 25, limite além do qual as pessoas são consideradas acima do peso, aumentou de 23% para 34% entre 1980 e 2008.

No IMC, que é a relação entre a altura e o peso, um índice partir de 30 é considerado como um sinal de obesidade.

Nos países em desenvolvimento, o número de pessoas acima o peso e obesas quase quadruplicou entre 1980 e 2008, de 250 para 904 milhões de pessoas. "O que mudou é que a maioria das pessoas acima do peso ou obesas estão agora nos países em desenvolvimento, ao invés de nos países desenvolvidos", diz o relatório.



Nos países de alta renda, a população com sobrepeso ou obesidade aumentou em 1,7 durante o mesmo período, passando de 321 para 557 milhões de pessoas. "As taxas de crescimento da obesidade e de sobrepeso em países em desenvolvimento são alarmantes", indica um dos coautores do estudo, Steve Wiggins.

"Vamos assistir a um forte aumento global do número de pessoas com certos tipos de câncer, diabetes, acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco, o que representará um enorme fardo para os sistemas de saúde públicos", alertou.

No Reino Unido, 64% dos adultos são obesos ou estão acima do peso. Globalmente, 58% dos europeus estão na mesma situação, assim como na América Latina, Norte da África e Oriente Médio.

A América do Norte, com os Estados Unidos na liderança, conta com 70% dos adultos afetados. O estudo também observa que a proporção dos mexicanos e chineses nesta situação quase duplicou entre 1980 e 2008.

"Os políticos devem ser menos tímidos em suas tentativas de influenciar o tipo de alimento que acaba em nossos pratos. O desafio é garantir que uma dieta saudável seja viável, reduzindo a atratividade de alimentos com menor valor nutritivo", considera.

"A falta de ação é impressionante em comparação com intervenções governamentais para restringir o fumo em países desenvolvidos", avaliou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que o sobrepeso e a obesidade são o quinta principal fator de risco para mortes a nível mundial e, pelo menos, 2,8 milhões de adultos morrem a cada ano.