Agência France-Presse
postado em 03/01/2014 15:59
Uma equipe de pesquisadores alemães e tchecos afirma que os cães possuem uma especial sensibilidade a campos magnéticos, o que lhes permite orientar-se com mais facilidade, após um aprofundado estudo sobre a maneira como eles defecam e urinam.
Para urinar ou defecar, os caninos tendem a se alinhar ao longo de um eixo norte-sul, desde que o campo magnético da Terra esteja estável neste momento preciso, descobriram os pesquisadores da Universidade de Duisburg-Essen (noroeste da Alemanha) e da Universidade de Estudos Agrícolas de Praga.
Do pequeno Yorkshire ao grande São Bernardo, a equipe analisou cerca de 7.000 dados fornecidos pelos proprietários de 70 cães de raças diferentes, e mediram o eixo dos corpos dos animais durante 1.893 evacuações e 5.582 urinações.
Os pesquisadores, no entanto, não encontraram nenhuma diferença significativa na sensibilidade ao campo magnético de acordo com a raça, indicou à AFP, Sabine Begall, da Universidade de Duisburg-Essen.
"Nós descobrimos que os cães param ao longo de um eixo norte-sul -um pouco mais quando eles defecam do que quando urinam- mas somente se o campo magnético é estável", afirma Begall.
Para este estudo, recentemente publicado pelo jornal inglês "Frontiers in Zoology", a equipe de dez pesquisadores instruíram 37 donos de cães equipados com bússolas para observar o comportamento de seus animais de estimação.
Com esses dados, os cientistas conseguiram as primeiras evidências de que os cães são sensíveis ao magnetismo. Essa característica é importante porque, teoricamente, pode ser utilizada para a orientação dos animais na natureza.
Em 2008, esta equipe de pesquisadores já havia descoberto, depois de estudar imagens do Google Earth, que o gado tende a pastar e se encontrar ao longo de um eixo magnético norte-sul.
"Registramos relatos frequentes de que cães haviam percorrido centenas de quilômetros para encontrar o caminho de casa. E a explicação para isso é que eles usam o campo magnético da Terra para se orientar", explica Begall.