Ciência e Saúde

Típica formação em V ajuda as aves a economizar energia, diz pesquisa

Teorias da aerodinâmica também tentam prever em que posição os animais deveriam ficar para que a economia fosse ainda maior

postado em 16/01/2014 09:25
Para os autores da pesquisa, os íbis-eremitas observam o companheiro que viaja à sua frente para definir o ritmo em que baterão as asas
O refrão de With a little help from my friends, uma das canções mais marcantes dos Beatles, diz que, com amigos, se vai mais longe. A lição sobre amizade, de acordo com uma pesquisa divulgada na edição de hoje da revista Nature, vale também para os íbis-eremita, uma espécie de ave que costuma voar em bando. O estudo feito por Steven Portugal e James Usherwood, da Royal Veterinary College, no Reino Unido, revela de forma mais precisa do que análises anteriores que a posição de cada membro do grupo e a sincronia de batidas das asas são o segredo para que todos consigam viajar quilômetros nas épocas de migração com um baixo gasto de energia.

Quando grandes aves, como gansos, pelicanos e os próprios íbis-eremitas, levantam voo, costumam se agrupar no céu formando um desenho que lembra a letra v. Uma das principais teorias para explicar essa formação é que os pássaros estão, na realidade, aproveitando as correntes de ar criadas pelas asas dos companheiros que estão à frente. Teorias da aerodinâmica também tentam prever em que posição os animais deveriam ficar para que a economia fosse ainda maior. Outros cientistas, ainda, baseados em gravações e fotos de gansos no ar, afirmam que não existe sincronia perfeita entre o batimento de asas nos grupos. Assim, esses pesquisadores defendem que a formação em v é uma ferramenta que existe apenas para dar maior amplitude visual às aves e, assim, evitar colisões.

Os estudos anteriores foram baseados principalmente em observações ou fotografias, aliado a princípios como o de asas fixas, responsável pelos grandes avanços da aeronáutica nos últimos 100 anos. Portugal e Usherwood, pela primeira vez, usaram sensores capazes de coletar dados mais precisos sobre o comportamento cooperativo das aves migratórias. Segundo eles, há, sim, relação entre as batidas das asas e o desempenho do grupo, e a dupla até cogita que as aves observam o comportamento umas das outras para sincronizar movimentos.

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