Roberta Machado
postado em 25/01/2014 07:15
Em 25 de janeiro 2004, o rover Opportunity pousava na superfície marciana com um baque: o veículo, que fazia parte de uma dupla exploradora com o robô Spirit, despencou no chão do planeta e capotou sobre seu air bag. Depois de quicar e rolar no chão por 200m, ele se viu dentro de uma pequena cratera. Felizmente, estava intacto e começou, ali, sua jornada por Marte. A missão estava planejada para durar três meses. Uma década depois, contudo, Opportunity continua andando pelo Planeta Vermelho e ainda espanta cientistas com novas descobertas, que podem auxiliar o trabalho de equipamentos como o moderno irmão mais novo Curiosity.Antes mesmo de partir da Terra, o equipamento dava sinais de que ditaria o próprio ritmo de trabalho. O lançamento teve de ser adiado vários dias para o reparo de uma peça, e, na noite de 7 de julho de 2003, ele finalmente partiu. Charles Elachi, diretor do Laboratório de Propulsão a Jato da agência espacial norte-americana, a Nasa, lembra que o momento de tensão ocorreu meses depois do desastre do ônibus espacial Columbia, que levou à morte de sete astronautas. ;Então, havia uma grande pressão sobre a Nasa, para mostrarmos que podíamos fazer coisas. Tínhamos muitas expectativas, e muitas coisas dependiam dessa missão. Não queríamos nem pensar no que significaria o fracasso;, recorda.
Pouco mais de seis meses depois, o rover chegou a Marte, onde o colega de trabalho Spirit já fazia trabalhos exploratórios, encerrados em março de 2010, quando a comunicação com a Terra foi perdida. Opportunity, que foi feito para andar 1km sobre a poeirenta superfície marciana, já percorreu 38,7km. No meio da jornada, ficou preso em uma duna, obrigando a equipe de apoio a fazer várias simulações na Terra para encontrar uma forma de libertá-lo. Um problema com o braço mecânico também obrigaria a equipe a reaprender a pilotar o veículo exploratório. ;A junta incomodava com cada vez mais frequência, até que, eventualmente, surgiu o risco de perdermos o uso do braço. Sem ele, não teríamos mais missão;, conta Ashley Stroupe, que comanda o robô da Terra. ;A solução lógica era mover o braço ao mover as rodas. Mas, para mirar naquelas pequenas pedrinhas em encostas íngremes, tivemos de aprender a pilotar da forma mais precisa que já conseguimos;, conta.
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