Paloma Oliveto
postado em 07/02/2014 07:15
O mal é tão desconhecido que sequer existe concordância sobre o número de pessoas afetadas mundialmente. Não se sabe das causas nem há tratamento padrão. Nos últimos anos, contudo, as pesquisas sobre autismo avançaram, revelando, por exemplo, diversos genes que têm implicação com esse distúrbio do desenvolvimento, caracterizado principalmente pelo isolamento social. Agora, uma série de importantes descobertas foram publicadas na revista Science por um grupo de pesquisadores franceses. Elas foram consideradas um passo importante em direção à compreensão do autismo e, por fim, à cura do transtorno.Além de observar, pela primeira vez, a atividade de neurônios de embriões de ratos programados geneticamente para desenvolver o problema, os cientistas foram capazes de reverter o sintomas antes do nascimento dos animais, aplicando uma injeção nas mães. Previamente, a mesma equipe havia conseguido diminuir a severidade do autismo e da síndrome de Asperger em crianças usando a mesma droga. A descoberta ainda não vai beneficiar diretamente os humanos, pois muitos testes precisam ser feitos antes disso, mas os resultados animaram os cientistas, que acreditam ter encontrado o caminho certo em busca de terapias eficazes contra o transtorno autista.
Das poucas coisas de que se sabe sobre esse distúrbio é que ele se desenvolve muito cedo, ainda na fase embrionária. Por motivos desconhecidos, os neurônios passam a se comportar de maneira diferente, provocando danos irreversíveis ao cérebro. Por volta dos 3 anos, a criança começa a exibir os sinais do autismo ; é quando a maioria dos pais vai aos consultórios médicos atrás de uma resposta. Na pesquisa, os cientistas constataram a necessidade de iniciar o tratamento o mais cedo possível para evitar que esses sintomas (veja o infográfico) se desenvolvam. Uma dificuldade para isso é que, mesmo se comprovada em humanos a eficácia da substância usada no estudo, não existem testes de detecção do autismo durante a gestação.
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